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sexta-feira, outubro 08, 2021

quarta-feira, fevereiro 05, 2014

10 anos de Facebook












 
 
 
 
O Facebook fez ontem dez anos. Parabéns.
Eu gosto do Facebook e do imenso espaço de liberdade que ele é.
E não tenho nenhum medo.

No Facebook como na vida, é preciso saber escolher os amigos e decidir com bom senso o que pode ser público e o que deve permanecer privado.
Nada mais que isso.

Há pessoas de quem não sou “amiga”, sou apenas seguidora, e essas, no meu caso, são figuras públicas das artes, das letras, do jornalismo.
Geralmente são muito normais, mas às vezes dá-lhes para se armarem em divas.

E agora conto o que me aconteceu por estes dias:

Uma das pessoas que sigo é jornalista, participante dum conhecido programa de televisão, comentador. Pertence a uma área política diferente da minha, mas considero-o intelectualmente honesto e interessante.

Um destes dias postou a seguinte frase:

“Já não lia uma coisa tão imbecil como a que li hoje num jornal há muito tempo. E, como é público e notório, imbecilidades não têm faltado.”

Logo 36 pessoas puseram “gosto”. Pensei: mas gostam de quê?
Seguiam-se outros tantos “amigos” a tentar adivinhar de quê, ou quem, ele estava a falar

Não costumo comentar estas coisas mas, não sendo a primeira nem a segunda vez que o vejo escrever assim, digamos, NADA, não resisti e comentei:

“Essa sua mania de mandar bocas para o ar e os papalvos que adivinhem, está a ficar um bocado irritante, ó companheiro.”

Qual não é o meu espanto, facto nunca visto numa figura pública, obtenho resposta. Assim:

Tem razão, Maria De Jesus Lourinho, mas este espaço também é meu e às vezes dá-me para desabafar.”

Ainda respondi dizendo que o Facebook era, no meu entender, um espaço de comunicação e não de solitária meditação, mas que a razão estava do seu lado porque o espaço é dele, de facto, e só o lê quem quer.

Eu deveria ter dito que desabafar sem bafo é assim uma espécie de onanismo, mas não disse nada disso, claro, e continuo a simpatizar com aquela figura pública.

Bem como com o FB − espaço de ampla liberdade em que todos, até as simpáticas figuras públicas, têm direito à parvoíce; e onde os zés-ninguéns, como eu, têm o direito de lhes dizer que estão a ser parvas, mas que esse é um direito que também lhes assiste.

quarta-feira, abril 03, 2013

Modos de ajustar

Já faz um bom tempo que o Facebook me bombardeia, na coluna da direita, com publicidade a um produto para “Perder Barriga” que remete para o site barrigalinda.com.

O nome do site é uma beleza, e por ele dão a cara todas as “famosas” deste país, como, por exemplo, Alexandra Lencastre, Maya, Rita Pereira, Sónia Araújo, Fátima Lopes, Júlia Pinheiro, Luciana Abreu e mais uma infinidade delas cujo nome desconheço.

Todas afirmam: “eu perdi 12 kg em 30 dias” e, ainda por cima, anuncia-se que foi tudo conseguido sem dietas nem ginásio.

Caraças, que inveja. Poder ficar assim linda e maravilhosa sentada à mesa do restaurante!

Deixando de lado esta coincidência quase esotérica de todas estarem gordas e de todas terem perdido o mesmo peso no mesmo número de dias, a isto eu chamo o verdadeiro milagre do “ajustamento” sem dor.

No sec XIX, a elegância alcançava-se ajustando cinturas com espartilhos, que ora partiam as costelas, ora quase matavam por asfixia.

E é ainda esse o método que os troikos estão a usar para o nosso “ajustamentos” – falta de ar e costelas partidas.
Cambada de incompetentes.

Se não gostam da Alexandra Lencastre devem, ao menos, gostar da Soraia Chaves, que também por lá anda e é do melhorzinho que temos; tenho a certeza de que ela lhes poderia dar umas pistas de como nos obrigar a abater as gorduras do Estado, (coisa de que nunca mais ouvi falar mas que deve existir), com um sorriso nos lábios e uma apetitosa feijoada no bucho.

 

quarta-feira, janeiro 16, 2013

Barata tonta e ADSE

Quase apetece repetir aqui o título do post de anteontem mas, pensando bem, o Lello nem isso merece, porque não passa da super-barata-tonta do PS.

Em catadupa, o bate-boca foi assim:


O coordenador do PS para a saúde defendeu o fim da ADSE, Zorrinho apressou-se a dizer que o PS não pensa o mesmo e, finalmente, o mistério de tanta contradição foi desvendado por José Lello no Facebook onde escreveu que quem acabar com a ADSE perde o eleitor/funcionário público, visto que - “a maioria dos funcionários públicos são eleitores do PS”, diz.

Não o preocupa a defesa ou validade do sistema, só a perda de votos.

Para mim, a novidade reside apenas no à vontade com que os políticos espalham no Facebook, e no momento que vivemos, a pequenez do seu pensamento e das suas preocupações, sem se aperceberem, sequer, que o Facebook é para eles um verdadeiro serial killer.

Alguém lá no Rato devia ficar encarregado de manter os seus Lellos sempre bêbados. Já que ninguém os consegue calar, ao menos a gente dava o desconto.

PS: não acho que se deve acabar com a ADSE; ao contrário, um bom sistema, que eu gostava de ter, devia existir para todos.

Não entro no jogo do todos contra todos, e sou contra o nivelamento por baixo.

terça-feira, janeiro 08, 2013

Passado e presente

Existe no Facebook uma página dos Antigos Alunos do Liceu Nacional de Évora, página que subscrevi, e Liceu que frequentei.

Não sou dada a saudosismos, nunca fui a um almoço ou jantar das comemorações do 1º Dezembro (comemoração antiga dos alunos do Liceu, de que se apropriaram, mais tarde, os alunos da Universidade) e esqueci uma enormidade de colegas – a uns conheço a cara e não sei o nome, com outros é ao contrário.
Certo é que, também graças ao FB e a esta página, reencontrei alguns com enorme satisfação.

Existem por lá polémicas, como é natural, e pontos de vista muito diferentes dentro da “agremiação”. Uns vão pelo nacional- porreirismo do somos todos amigos, vamos ver quem tem fotos, quem identifica os fotografados, e por aí.
Outros exprimem opiniões sobre alguns intervenientes no seu passado de estudantes, o que nem sempre é muito bem visto por quem tem opinião diferente, ou até não tem opinião nenhuma mas acha que nunca se devem agitar as águas.

A maioria das pessoas parece ter saudades do tempo que passou naquele magnífico edifício seiscentista, mas esse não é o meu caso.
Aquilo não foi o terror do orfanato britânico do século XIX, mas também não foi o tempo de uma adolescência livre e descuidada que todas as vidas merecem.

Havia por lá muito mais medo do que respeito.
Rapazes e raparigas estavam rigorosamente separados, e se dessem um passo fora da linha de demarcação os contínuos enxotavam-nos como a um bando de cães tinhosos, e ameaçavam com o reitor (homem tão tenebroso como salazarista). Mesmo os encontros mistos fora do Liceu eram carregados de sentimentos de culpa, porque podia haver um professor que nos visse ou um vizinho que nos denunciasse aos pais (Évora, por esse tempo, era das cidades mais machistas e retrógradas deste país).

Recordo-me ainda de, em Junho, com trinta e muitos graus de temperatura, pelas duas da tarde, esperar pelo toque de entrada, e mais dois ou três minutos depois dele, para atravessar os claustros numa correria louca, direita à sala de aula e fugindo dos contínuos, só porque não levava meias nas pernas.
A repressão espreitava em cada sala, e fora delas; valia-nos a condição de adolescentes para espantar o medo e fintar o poder.

Havia bons professores, mas também os havia péssimos; esses, geralmente, acumulavam incompetência com um enorme talento para déspotas e bufos.
Saudades, não tenho. Esse não foi o melhor tempo da minha vida, como me era devido. Esse foi um tempo que os nossos filhos têm dificuldade até de imaginar, felizmente. Pelo caminho novo que se abriu em Abril, sacudimos o medo e aprendemos a exprimir opiniões, muitas formadas logo nesse tempo de Liceu em que também fomos forjando o que somos hoje.

Entendo a página do AALNE como uma mini-sociedade em que todos se devem poder expressar livremente, sem, porém, nunca esquecer que, como dizia Bob Marley “a liberdade de expressão implica também alguma liberdade de audição”.
Era bom que ela fosse, no presente, o espaço de liberdade que o “meu” Liceu nunca foi no passado.

segunda-feira, dezembro 03, 2012

Posso escolher com quem ando?

O peditório do Banco Alimentar contra a Fome correu bem. Ainda bem.

Esta organização sempre foi muito acarinhada cá na família, com doações e respeito.
As já célebres declarações de Isabel Jonet que, aos meus olhos, não foram nada infelizes mas completamente genuínas, fizeram abanar os alicerces do afecto e empatia.

Afinal, as ideias dela nada tinham que ver com as minhas; eu pensava que o Banco era uma organização movida pela solidariedade e fiquei a perceber que o combustível era a caridade.

Nunca fui adepta da caridade, mas respeito-a como um pilar da fé católica – cada um gosta do que gosta.

Nestes tempos difíceis, é preciso acorrer a quem não tem comida no prato e por isso nem me passa pela cabeça deixar de o fazer. Tenho, porém, o direito de participar como e com quem eu quiser, e decidi ser preferível fazê-lo com quem nunca quis parecer aquilo que não é. Refiro-me à Igreja, através da sua organização Cáritas, que faz um trabalho que em nada fica a dever ao Banco, só que em surdina, sem happenings bianuais.

Assiste-me ou não o direito de escolher a companhia para atravessar o pântano? Entendo que sim, e por isso acho triste ver um certo fanatismo alarve, beato e leviano vertido para texto, como neste caso:

“Ser solidário é importante.
...e não se preocupem com a maltinha bem-pensante que vos vai dizer que ajudar o Banco Alimentar (eles dirão "tia Jonet") é fazer caridadezinha.
De facto, eles estão mais preocupados em ser coerentes com o próprio e adorado umbigo e é gente que nunca deu nem dará nada a ninguém, nem um beijo, nem um abraço, nem a ponta de um corno, nem nada...”
(retirado do Facebook)

Pensar pela própria cabeça e fazer escolhas de acordo com as convicções de toda uma vida parece transformar-nos em “bem-pensantes”, termo sempre usado com enorme carga negativa, e, simultaneamente, nuns estupores que nunca deram nada a ninguém.

Se é costume dizer que as acções ficam com quem as pratica, eu acrescento que as palavras desnudam quem as profere − seja a Isabel Jonet na televisão ou um cidadão anónimo no Facebook.
É por isso que elas, as palavras, são tão perigosas.
 


 

segunda-feira, dezembro 12, 2011

Facebook

Ser figura pública no Facebook é ter o ego permanentemente no spa.
Ele (ou ela) levanta-se de manhã, escreve "bom dia" e tem logo 200 Gosto.
Se insinuar que está vagamente aborrecido tem 100 comentários a animar (que isso sempre dá um pouco mais de trabalho e pede investimento).
Se fizer anos, é felicitado por metade do país. Se tiver uma obra em gestação já tem 500 Gosto antes de se saber o que sairá dali.
Salamaleque, salamaleque, salamaleque.

Como, por lá, a privacidade é uma batata, a gente pode saltar do amigo para o amigo do amigo do amigo, sempre por aí afora, e ficamos a saber o que cada um quiser dizer da sua vida, mesmo que não façamos a menor ideia de quem seja a criatura.
É isso que eu faço, e assim me divirto, porque no Facebook sou uma verdadeira misantropa – 59 "amigos", imagine-se.

Opto, então, por saltitar e assim percebo que há alguns “amigos” e amigos dos amigos que só publicam política, e fazem do FB um verdadeiro e militante palanque partidário; outros, só falam de futebol; outros, devem passar o dia agarrados ao YouTube a descobrir o vídeo mais giro de todos e que ainda ninguém viu; outros, gostam de frases que aconchegam a alma; outros, publicam fotos do seu presente e passado; outros, entregam-se aos astros e seja o que os astros quiserem (são os do futuro); outros, só lhes interessa a moda e o físico; outros são mudos, isto é, não publicam uma linha e só temos notícias deles porque “são agora amigos de fulano e beltrano e sicrano”.

O Facebook é um livro aberto ao estudo psicossociológico.
Deuses, o que eu tenho perdido por só me ter "matriculado" há uns meses.

quarta-feira, setembro 07, 2011

Alô, Presidente

Nunca, até hoje, tinha ido ver a página do Facebook do nosso PR.
Embora não me pareça que o modernaço meio seja o mais adequado para comunicar com essa entidade abstracta, mas não virtual, chamada povo, pensei que, ao menos lá, escrevesse alguma coisa sobre o que, neste momento, preocupa o tal povo.
Nada. Fala das festas de Campo Maior, do turismo e do Algarve, do jovem que ganhou uma medalha nas olimpíadas da matemática, das férias para recuperar porque Portugal não pode falhar o esforço de recuperação da economia e da confiança dos investidores internacionais, para o que é fundamental o contributo, a energia e a determinação de todos nós.
Ora bolas, senhor Presidente, isso até um qualquer senhor Silva básico e “passista” é capaz de dizer; é só retórica.
Então e a carga fiscal, e as gorduras, e a Madeira, e os tumultos vindouros, e a reforma do Estado, e a banca, e a economia, e a Europa, enfim, a substância?
O Sr. Presidente parece o meu boletim do euromilhões semana após semana - BRANCO.