Desde 2006, quando Al Gore apresentou Uma Verdade Inconveniente sobre as alterações climáticas, a paranóia tem vindo em crescendo na retórica, e quase exclusivamente na retórica.
Não duvido que podíamos ser muito melhores zeladores desta casa que a todos aloja e que se chama planeta Terra, mas parece-me que muitos vão ganhando bom dinheiro com a questão ecológica que se transformou, por um lado em medo (mais um medo), por outro em moda, e por outro ainda em negócio rentável.
Sempre me pareceu que o Homem, nos seus infinitos sonhos de grandeza, se considera muito mais importante do que aquilo que de facto é, talvez por ter sido tão marcada por Carl Sagan, que foi a primeira pessoa a dizer-me que nada mais somos que pó de estrela.
A revista Única do Expresso desta semana traz um interessante entrevista com Luís Carlos Molión, climatologista brasileiro, que vai bem mais longe que eu no seu cepticismo. Afirma ele que os responsáveis pelas alterações climáticas (que não são de agora, mas de sempre), são os oceanos e o sol, e que a terra vai arrefecer nos próximos 20 anos.
Quando lhe é perguntado se não há influência da actividade humana nas alterações climáticas da Terra responde que não, porque apenas 7% da superfície da Terra é manipulada pelo homem, e este apenas modifica o ambiente local em que vive.
Eu prefiro ter dúvidas a ter medo, detesto fundamentalistas de qualquer causa e penso – talvez Molión não tenha razão mas, e se tiver?
Bom, se tiver ninguém lha dará. Os negócios iniciados devem continuar, tal como o medo, não muito palpável mas já bem instalado, que sempre torna os homens mais pacíficos e acomodados.