O Facebook
fez ontem dez anos. Parabéns.
Eu gosto do
Facebook e do imenso espaço de liberdade que ele é.E não tenho nenhum medo.
No Facebook
como na vida, é preciso saber escolher os amigos e decidir com bom senso o que
pode ser público e o que deve permanecer privado.
Nada mais
que isso.
Há pessoas
de quem não sou “amiga”, sou apenas seguidora, e essas, no meu caso, são
figuras públicas das artes, das letras, do jornalismo.
Geralmente
são muito normais, mas às vezes dá-lhes para se armarem em divas.
E agora
conto o que me aconteceu por estes dias:
Uma das
pessoas que sigo é jornalista, participante dum conhecido programa de
televisão, comentador. Pertence a uma área política diferente da minha, mas
considero-o intelectualmente honesto e interessante.
Um destes
dias postou a seguinte frase:
“Já não lia uma coisa
tão imbecil como a que li hoje num jornal há muito tempo. E, como é público e
notório, imbecilidades não têm faltado.”
Logo 36
pessoas puseram “gosto”. Pensei: mas gostam de quê?
Seguiam-se
outros tantos “amigos” a tentar adivinhar de quê, ou quem, ele estava a falar
Não costumo
comentar estas coisas mas, não sendo a primeira nem a segunda vez que o vejo
escrever assim, digamos, NADA, não resisti e comentei:
“Essa sua mania de mandar bocas para
o ar e os papalvos que adivinhem, está a ficar um bocado irritante, ó
companheiro.”
Qual não é o
meu espanto, facto nunca visto numa figura pública, obtenho resposta. Assim:
“Tem
razão, Maria De Jesus Lourinho, mas este espaço também é meu e às vezes dá-me
para desabafar.”
Ainda
respondi dizendo que o Facebook era, no meu entender, um espaço de comunicação
e não de solitária meditação, mas que a razão estava do seu lado porque o
espaço é dele, de facto, e só o lê quem quer.
Eu deveria
ter dito que desabafar sem bafo é assim uma espécie de onanismo, mas não disse
nada disso, claro, e continuo a simpatizar com aquela figura pública.
Bem como com
o FB − espaço de ampla liberdade em que todos, até as simpáticas figuras
públicas, têm direito à parvoíce; e onde os zés-ninguéns, como eu, têm o direito
de lhes dizer que estão a ser parvas, mas que esse é um direito que também lhes
assiste.
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