Ele (ou ela) levanta-se de manhã, escreve "bom dia" e tem logo 200 Gosto.
Se insinuar que está vagamente aborrecido tem 100 comentários a animar (que isso sempre dá um pouco mais de trabalho e pede investimento).
Se fizer anos, é felicitado por metade do país. Se tiver uma obra em gestação já tem 500 Gosto antes de se saber o que sairá dali.
Salamaleque, salamaleque, salamaleque.
Como, por lá, a privacidade é uma batata, a gente pode saltar do amigo para o amigo do amigo do amigo, sempre por aí afora, e ficamos a saber o que cada um quiser dizer da sua vida, mesmo que não façamos a menor ideia de quem seja a criatura.
É isso que eu faço, e assim me divirto, porque no Facebook sou uma verdadeira misantropa – 59 "amigos", imagine-se.
Opto, então, por saltitar e assim percebo que há alguns “amigos” e amigos dos amigos que só publicam política, e fazem do FB um verdadeiro e militante palanque partidário; outros, só falam de futebol; outros, devem passar o dia agarrados ao YouTube a descobrir o vídeo mais giro de todos e que ainda ninguém viu; outros, gostam de frases que aconchegam a alma; outros, publicam fotos do seu presente e passado; outros, entregam-se aos astros e seja o que os astros quiserem (são os do futuro); outros, só lhes interessa a moda e o físico; outros são mudos, isto é, não publicam uma linha e só temos notícias deles porque “são agora amigos de fulano e beltrano e sicrano”.
O Facebook é um livro aberto ao estudo psicossociológico.
Deuses, o que eu tenho perdido por só me ter "matriculado" há uns meses.
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