Ontem
começou a Primavera.
Numa peça do telejornal da hora de almoço, para além de se
falar da efeméride, foi também dito que já existe o dia da felicidade; não
percebi se coincidem, a Primavera e a felicidade, mas não me admiraria nada,
porque os 365 dias do ano já não são suficientes para assinalar tudo e mais um
par de botas como agora parece ser obrigatório.
A reportagem
seguiu para a rua para perguntar aos “populares” o que era para eles a
felicidade. As respostas foram as de sempre – ter saúde, amar a família, ter
trabalho ou dinheiro, etc.
Pertencendo
eu aos “populares”, se me tivessem interrogado teria dado as mesmíssimas
respostas, acrescentando, talvez, a falta que me faz um Inverno mais ligeiro
que este último, uma democracia mais saudável e um governo que me envergonhe
menos.
Apesar
destes últimos “azares”, não me queixo.
Ora, se um
português não se queixa, para além de ser uma pessoa feliz, só pode ser uma pessoa que tem sorte, e isso é sempre dito ao não queixoso.
Por mim,
trato logo de concordar com veemência.
Só nunca
digo que ter sorte é das coisas que mais trabalho me tem dado nesta vida.