A coisa está a escapar ao controle dos poderes instituídos, entre os quais
se incluem os meios de comunicação social, e isso incomoda-os, perturba-os e
assusta-os.
Por isso, todos à uma acorreram a criticar a falta de democracia dos alunos
do ISCTE. Imagine-se o que diriam se estes se tivessem lembrado de imitar os
alunos da Sorbonne em Maio de 1968, deixando falar o “traidor” Relvas mas só
depois de terem fechado a escola, levantado a calçada para ver se por baixo
estava a praia (sous les pavés, la plage,
pois claro), e de terem feito com ela uma bela intifada.
Nada disso aconteceu. Comparativamente os alunos do ISCTE são uns anjinhos,
mas os poderes estão assustados na mesma; é que já perceberam que a massa mansa
que os atura está farta do governo em geral e do Relvas em particular, dos
sindicatos, de todos os partidos, das opiniões do Ricardo Costa ou dos ódios de
estimação do Miguel Sousa Tavares que, se pudesse, mandava fechar as redes
sociais, dando assim um grande contributo para a democracia.
E não é que essa massa que os atura agora lhe deu para começar a “grandolar”, coisa totalmente imprevista?
Estão preocupados, é claro que estão preocupados.