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quarta-feira, dezembro 11, 2013

A corrupção explicada às criancinhas













 
 
“Existe um núcleo duro da advocacia instalada nos grandes escritórios que é chamado para fazer as leis. Depois editam livros sobre essas leis que criaram. A seguir vendem formação relativamente à mesma legislação. Por fim atendem clientes sobre a aplicação dessa lei. São eles os primeiros a encontrar os buraquinhos da lei que eles próprios criaram, por negligência ou dolosamente. Tem que haver um revisitamento do regime das incompatibilidades do exercício de cargos públicos, em nome de um Estado de direito verdadeiramente democrático. O facto de não haver exclusividade dos deputados é um problema, porque de manhã ele pode atender um cliente na função de advogado e à tarde fazer uma lei que o favoreça.”

Elina Fraga, nova bastonária da Ordem dos Advogados, em entrevista ao Público em 7/12/2013

Vontade de perguntar: e então, Elina, que fará com esta sua (tão pouco recomendável) gente?

quarta-feira, maio 29, 2013

O incorruptível contra a corrupção

Paulo Morais é figura incontornável das redes sociais. Ele escreve e as pessoas partilham.

Não sei muito sobre este português, a não ser o que li aqui, mas parece-me que tomou a peito travar uma inquebrantável luta contra a corrupção.

Só tem um problema, para mim: é que essa luta parece ser travada contra a corrupção real, a putativa e a imaginada.
O seu artigo de ontem no Correio da Manhã é, como outros, todo um exercício prático sobre a teoria da conspiração, e um elencar de males que o destino nos reserva.
Contra o destino, como se sabe, nada podemos.

Ler sistematicamente Paulo Morais pode levar qualquer cidadão a:
- Cortar os pulsos.
- Tomar drogas duras tipo Valium ou Xanax, e outras cujo nome desconheço, por incapacidade de conciliar o sono.
- Sair de casa sempre armado porque nunca se sabe quando se vai encontrar um corrupto ou uma despesa inútil.

Porém, atenção, caros compatriotas: quem entrar por estes caminhos não verá, como eu tenciono ver, Paulo Morais chegar primeiro a secretário de estado, e, lá mais para a frente, a ministro, que ele ainda é novo e como se diz na minha terra, “faz-se”.

quarta-feira, dezembro 21, 2011

Submarino ao fundo

Segundo notícia do Público de ontem, terminou na Alemanha o processo contra a Ferrostaal, empresa que vendeu submarinos a Portugal e Grécia. A empresa (que reconheceu as práticas ilegais) bem como dois seus ex-gestores, foram condenados, e deu-se como provado que gastaram 62 milhões de euros, entre 2000 e 2003, a corromper alguém nos dois países.

O tribunal também deu como provado que os mesmos senhores pagaram como suborno 1,6 milhões de euros ao ex-cônsul honorário de Portugal em Munique, Juergen Adolff.

Bom, mas aqui, como diria o outro, é só fazer as contas: se o sr. Juergen Adolff recebeu 1,6 milhões dum total de 62 milhões, ainda sobram 60,4 milhões. Para onde foram? Mesmo admitindo que os corrompidos gregos são mais caros que os portugueses, parece lícito admitir, como mera hipótese teórica, que alguns milhões terão servido para corromper alguns portugueses no tempo do governo Durão/Portas.

Este meu raciocínio – se há corruptores, há corrompidos e seria bom investigar, deve ser completamente estúpido; tanto quanto sei, o nosso Ministério Público não entendeu nada disso e apenas tem a decorrer um processo relacionado com as prometidas contrapartidas alemãs.
Entende-se. É apenas uma questão de submarinos.
Ainda se houvesse robalos!