Cumpriu-se
ontem um ano sobre a segunda grande manifestação organizada pelo movimento “Que
se lixe a troika”.
Alguém
afirmava no Facebook que, nesse dia, éramos um milhão e meio em 40 cidades do
país.
Não éramos,
como foi óbvio para quem lá esteve com olhos de ver, mas os pequenos vídeos da
manifestação que por aí correm relembram “aventuras”, desventuras e
protagonistas deste ano passado.
Desde logo,
e em tão pouco tempo, ficámos sem Relvas e ganhámos Relvas outra vez.
Victor
Gaspar foi-se embora no verão dizendo que o seu plano se tinha revelado uma
merda, mas já reapareceu, antes do Carnaval, dizendo que não, que não era merda
nenhuma. E foi promovido.
Portas demitiu-se
irrevogavelmente porque “não ia à bola” com a Albuquerque, mas revogou a irrevogável
demissão e, juntinhos e cúmplices, dão conferências de imprensa
auto-congratulatórias sobre o estado a que isto chegou. Também foi promovido.
O FMI mudou
algumas moscas das que nos visitam regularmente mas continua a dizer que os
portugueses estão bem demais. Cortem!
Muitos milhares
dos jovens que se vêem nos vídeos levantando cartazes cheios de humor espalharam-se,
entretanto, pelo mundo. Já cá não estão.
Os velhos, ainda
cá estão, mas ficaram mais velhos, perderam reformas, certezas e, sobretudo,
perderam alegria.
Não adianta
escamotear a questão − não haverá mais manifestações assim, nem reais nem
ficcionadas.
A energia
então mobilizada esvaiu-se, foi para parte incerta, e se a verdade pode doer,
mesmo assim precisa de ser encarada – eles quebraram-nos. E ganharam!