O “certificado” do milagre de uma cura já foi passado por Bento XVI. Aguarda-se agora um segundo milagre para ascender a santo.
Devo informar que sou suspeita porque nunca gostei de João Paulo II. Politicamente engajado desde o início, explorou nos últimos anos até à náusea a imagem do velhinho muito doente que ainda tem que ir trabalhar. Sei que com isso emocionou muitas almas piedosas mas, se não queremos isso para os nossos velhos, por que haveríamos de o exigir do Papa?
Para um suspeito e não-crente, esta podia ser só mais uma notícia parva que vem lá das bandas do Vaticano, porém, é quase ofensivo para qualquer ser pensante que a Igreja Católica fabrique “milagres” a seu bel-prazer apenas para condecorar os que melhor a serviram fomentando uma crendice risível e acéfala.
Ao que parece, uma freira francesa curou-se da doença de Parkinson por ter pedido a ajuda de João Paulo II. E pronto, temos Beato. Agora precisamos de segundo milagre para subir a parada. Talvez algum menino africano se livre de morrer de sarampo se se lembrar de pedir ajuda ao Beato e, aí, teremos Santo.
Respeito muito a obra social da Igreja Católica, a fé dos outros, os verdadeiros crentes (tenho até um pouco de inveja deles) mas episódios destes tiram-me do sério.
Ao contrário, eles fazem tudo isto sem se rirem.