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terça-feira, janeiro 28, 2014

Sim, proibir!














 
 
Tenho lido, nos últimos dias, excelentes textos contra as praxes.

A maioria dos seus autores, porém, manifesta-se contra a sua proibição, quer por serem naturalmente contra as proibições e entenderem que elas estimulam o apetite pela coisa proibida, quer por acharem que também é responsabilidade do aluno praxado dizer “não”.

Tudo verdade, democrático e aplicável, quando as coisas ainda não saíram fora do controlo, e se quisermos fingir que ignoramos quão devastador é o ostracismo na vida dum jovem estudante.

Não sendo simpatizante das proibições, e nem as admitindo para as questões da vida privada, parecem-me, contudo, frequentemente necessárias na vida pública; mais − parece-me que elas nos têm ajudado a evoluir civilizacionalmente.

Só para falar da contemporaneidade, vale a pena lembrar que, se a aplicação de penas severas por conduzir com excesso de álcool no sangue não estivesse na lei, se calhar ainda hoje estaríamos a pedir a última bebida “para o caminho”; se a lei não tivesse criminalizado a violência doméstica, o mais certo era estarmos ainda a encolher os ombros e a dizer - “entre marido e mulher, não metas a colher”.

Nenhum dos argumentos aduzidos me fez recuar na ideia que aqui deixei de que só a força proibicionista da lei pode parar esta agressão consentida.
Grandes males, grandes remédios!
Temos pena, mas é assim.

segunda-feira, janeiro 27, 2014

O ovo da serpente


 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
O país acordou, subitamente, para o tema “praxes”.

Até aquele homem muito perigoso, que resolve tudo sozinho ou com os seus amigalhaços – desde os programas de matemática até às bolsas de doutoramento − e que dá pelo nome de Nuno Crato, achou que não podia ficar de fora da refrega e continuar a assobiar para o lado.

E que faz este homem muito perigoso que não tem por hábito ouvir ninguém?

Ó céus, vai OUVIR reitores e associações de estudantes.

Findas as audições, já se sabe, cada um voltará para o seu canto, e dará, a seu modo, uso às insígnias da praxe:
- O ministro continuará a usar a tesoura para fazer mais cortes.
- Os praxistas continuarão a brincar com colheres de pau e mocas.
- Os reitores ficam com os penicos (maravilhosas insígnias da insigne academia portuense) visto que se borram de medo quer do ministro, quer dos estudantes praxistas.

Periodicamente voltaremos ao tema, provavelmente quando morrer mais alguém.
E o ovo da serpente continuará, paulatinamente, a crescer entre nós.