Na sua
crónica no Ípsilon de 21 de Novembro,
António Guerreiro escreve a dado passo:
“A crónica Vale a pena ler livros novos?
(de José Pacheco Pereira no Público) colocava, sem desvios, a questão de saber
se algum ganho pode advir de gastarmos tempo a ler as novidades (…), um tempo precioso
que nos faz falta para lermos os valores seguros do património literário do
passado. A questão é muito pertinente. Podemos tentar responder-lhe desta
maneira: se queremos compreender a nossa
época, temos de correr o risco de sermos intoxicados por ela.”
Eu continuo a querer compreender mas,
por estes dias, estou tão intoxicada que, se não “abrir as portas e janelas”
corro risco de me ficar na intoxicação.
Ontem resolvi, portanto, ir ao Centro de Arte Moderna da Gulbenkian ver a exposição “Animalia e Natureza na Colecção do CAM”
. Encontrei arte contemporânea (sobretudo a partir da década de 1960) a que se
adere facilmente, e um grande número de trabalhos que nos lavam os olhos e a alma; diante deles, diremos
simplesmente – bonito, muito bonito.
E isso não é coisa pouca.
E isso não é coisa pouca.
Aproveito e informo, com agrado, que
a exposição dura até Maio de 2015, e ao domingo de manhã não se paga.
É que os
tempos de grande intoxicação parece que estão para durar, e todos precisaremos
de um kit de sobrevivência.
Nota: na
imagem, um pássaro bem vivaço de Ana Marchand que integra esta exposição.