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quarta-feira, maio 04, 2022

Como?


Como é que  podemos ficar indiferentes diante de tais alarvidades?

Como é que ninguém explica à criatura que Portugal é uma democracia e que nas democracias não se ilegalizam partidos, como na Ucrânia?

Como ensinar ao rapaz o que ele já devia saber: que o PCP tem lá as suas parvoíces ( agora até se excedeu nelas) mas teve também um papel fundamental na luta contra a ditadura e na construção da democracia?

Como explicar àquele humano que, por cá, estender a mão e sentir que nos querem levar o braço não é coisa do nosso agrado?

Como ensinar a um "burro velho" as regras de boa educação e convivialidade na casa dos outros quando, estando em fuga, se aceita um convite para partilhar o tecto, e às vezes os parcos haveres?

Como?
 

sexta-feira, março 04, 2022

O PCP

 Ao PCP, depois de tudo comentar como lhe parecesse justo, bastava terminar dizendo:

"mas nunca, em tempo algum, se pode abocanhar o país dos outros!"

Ainda não o fez.

sábado, outubro 23, 2021

Se

Se PCP e BE não deixarem passar o Orçamento de Estado, se o governo cair, se houver eleições, os partidos de esquerda que não contem com o meu voto, nem, certamente, com o de muitas outras pessoas como eu porque, ao contrário do que eles pensam:

- o óptimo é inimigo do bom

- um Orçamento de Estado não é um programa de governo

- o programa de governo que ganhou as eleições (e em que não votei) foi o do PS

- o governo actual é melhor do que um governo do PSD e amigos, seja o do Rio seja o do Rangel.

Se PCP e Bloco fizerem cair o governo, ao contrário do que pensam, nas eleições levarão uma banhada, e talvez depois a esquerda precise de uma década para se levantar, ou talvez não se levante mais.

Não terão o meu voto. Nenhum deles.

quarta-feira, outubro 01, 2014

Pergunta que talvez ofenda


 
Pode a esperança até ser pouca desde logo, mas PCP e BE não perdem tempo a arrasar-nos o ânimo.
Espertos e vivos como ninguém, madrugam a enxergar a direitice dos outros.

Reparemos no que dizem:
João Semedo disse no Fórum Socialismo 2014 que o resultado das primárias não é mais que a "alternância" e que "nasça o que nascer" do último domingo "há uma coisa que não vai nascer, é uma alternativa de esquerda". O PCP vê "a quase total identidade de propostas e projecto dos dois candidatos com o percurso e alinhamento do PS ao longo dos anos com a política de direita". (no i)

Trocado por miúdos, confirma-se:
PC e Bloco não quererão governar NUNCA! Sozinhos não conseguem, com o PS Deus os livre!

Estão no seu direito mas, então, quererão fazer a revolução?
Também não − três anos terríveis passados e nem uma intifadazinha os vi começar.

Reflexão cada vez mais frequente com pergunta que talvez ofenda:
Para que nos vão servindo estes partidos, a nós, gente de esquerda?

quarta-feira, maio 21, 2014

À rasca









 
 
 
 
 
 
 
É já no domingo, e ainda estou no Voto o quê? Voto em quem?

Obviamente, para mim só existem três hipóteses de voto: PCP, Bloco de Esquerda e Livre.
Estou-me aqui a lembrar que já votei PS quando, salvo erro em 1985, Maria de Lourdes Pintassilgo foi sua cabeça de lista para o Parlamento Europeu. Grandes tempos, grandes listas. Adiante!

Matuto, então:
- O PCP defende a saída do Euro, e acho que até voltou a ser antieuropeu, mas não explica se é para ficarmos orgulhosamente sós num mundo organizado em grandes blocos ou se será para aderirmos ao Mercosul.
Depois, o João Ferreira tem menos carisma que uma cebola − a cebola sempre me faz chorar, ele, nem isso.

- O Bloco de Esquerda propõe-se desobedecer à Europa da austeridade.
Acho bem, mas também ainda não percebi como o vai fazer, e o que esperam que aconteça no pós-desobediência. Será que tudo acaba na segunda-feira, como o Carnaval acaba na quarta, e adeus até daqui a cinco anos?
Também acho que a Marisa Matias precisa que isto acabe depressa…

- O Livre está cheio de boas ideias e quer aprofundar a democracia na Europa. Isso é que era mesmo bom, mas se para o fazer está disposto a mandar o “pai” emigrar deixando o recém-nascido sozinho por aqui, aí já acho mal. Quero o Rui Tavares por cá, na política nacional.

De modo que, certeza, tenho apenas a de concordar completamente com o que Pacheco Pereira escreveu no Público:

Hoje, a União Europeia é um monstro híbrido e perigoso, controlado por uma burocracia que detesta a democracia e que acha que “ela” é que sabe como se deve “governar” a Europa e cada país em particular. (aqui)

Muito bom, não é? Mas como contrariar isto? Continuo à rasca.

segunda-feira, novembro 11, 2013

A estrela




 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O PCP está a comemorar o centenário do nascimento de Álvaro Cunhal, e faz muito bem. Além de ter sido seu líder, Cunhal foi uma figura incontornável do século XX português.

Entre várias efemérides, contou-se, ontem, um comício no Campo Pequeno, em Lisboa, antecedido dum desfile.
Mas não foi um desfile comum. Veja-se aqui como foi programado:

O comício tem início marcado para as 15 horas, mas as celebrações começam antes, nas ruas em redor do Campo Pequeno. Às 13h45 arrancam para o local do comício quatro desfiles, que prometem dar a estas comemorações uma vibrante expressão de rua: quem venha dos distritos de Lisboa, Leiria e Santarém concentra-se em Entrecampos; os oriundos dos concelhos da Península de Setúbal partem da Avenida de Berna, junto à Fundação Calouste Gulbenkian; os que venham de Évora, Beja, Portalegre e Litoral Alentejano iniciam a marcha na Avenida de Roma; e a JCP começa a desfilar na Praça Duque de Saldanha. A chegada dos desfiles ao Campo Pequeno será, seguramente, um momento particularmente emocionante.

Segundo uma das televisões, o objectivo era fazer uma estrela.
Deve ter sido bonita de ver, a coreografia. Mas de helicóptero, claro.

Os comunistas sempre me garantiram que Cunhal tinha horror ao culto da personalidade, e que lhe dava um combate sem tréguas.
Posso até acreditar nisso, mas fica óbvio que não só perdeu essa batalha em vida, como continua a perdê-la depois de morto.

Ter-lhe-ia sido mais fácil se não tivesse uma presença tão magnética.
E sexy, já agora.

Nota: Foto de Rui Ochôa, retirada daqui

terça-feira, outubro 29, 2013

Do Santo Álvaro ao Tareco Jerónimo


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No Expresso online de ontem, Daniel Oliveira escreve sobre Álvaro Cunhal e a comemoração do seu centenário, dando como título ao artigo “O altar para o Santo Álvaro”. Vale a pena ler aqui.

Refere ele, a dado passo, que o PCP “vive com uma confrangedora e talvez inédita falta de quadros intelectuais… sem os quais um partido comunista dificilmente cumpre a sua função vanguardista ou pode bater-se por uma hegemonia ideológica.

É absolutamente verdade. Por isso temos hoje um PCP dirigido por Jerónimo de Sousa, com uma acção política que chega a ser patética.

Ora, essa manifesta falta de quadros intelectuais, germinou e consolidou-se durante a longa liderança de Cunhal.
Se logo após o 25 de Abril os intelectuais foram tolerados, até porque muitos tinham consumido os ossos na cadeia, aos poucos o PCP foi criando as condições para que se afastassem pelo seu pé.

Aquilo era um partido da classe operária, diziam, onde os intelectuais podiam caber, diziam também, mas apenas se aceitassem, sem estrilho nem interrogações, as orientações que o intelectual Cunhar escolhia para a dita classe operária, digo eu.

É absolutamente seguro que, depois de mortos, geralmente somos todos bons e, como escreve DO, “Cunhal passou a ser, da direita à esquerda, consensual”. Nada de novo, portanto. Está morto, está morto. Não entra na equação da nossa vida.

Porém, preocupante é que Jerónimo de Sousa seja também consensual.
Que simpático, que afável, que cordato, diz a direita em coro.
Eu, no lugar dele, ficava preocupada com tanta afectuosa unanimidade, mas ele, e o seu partido, não só não se importam como até parece que nasceram para agrada.

Como se Jerónimo tivesse tomado para si o papel de Tareco da direita, o gatinho que parece que vai estragar as cortinas mas, afinal, deixa-se apanhar e afagar. É um querido.

A nossa desgraça não consiste só em termos juntado num mesmo tempo histórico Cavaco, Passos, Portas e Seguro.
Geralmente não referimos Jerónimo de Sousa, mas ele não pode, nem deve, ficar fora deste desastrado ramalhete.

Sem negar as enormes qualidades de Álvaro Cunhal, é bom não esquecer que Jerónimo de Sousa e este PCP são herdeiros, e “filhos” legítimos, da sua liderança.

quinta-feira, maio 16, 2013

Estão à espera do quê para fazer a revolução?

Hoje de manhã, na Antena 1, ouvi apenas o final do comentário político semanal de Octávio Teixeira. Dizia ele que o povo precisava de reagir rapidamente contra esta indignidade – não sei qual era mas, tanto faz… era só mais uma.

Parece-me que há estudos que já provaram que, quanto mais se humilha  um povo e mais direitos se lhe retira, mais difícil fica que aconteça a sua revolta. Na prática, temos o exemplo da Grécia, que começou com uma violente reacção à austeridade e, passados 5 anos, está sem reacção nenhuma, como um cordeirinho na Páscoa.

Assim, do povo, preocupado com a subsistência no dia-a-dia, não me parece que se possa esperar grande reacção; porém, ainda que mal pergunte, o PCP, a que Octávio Teixeira pertence, não continua a definir-se  como um partido operário e REVOLUCIONÁRIO ?

Então, estão à espera de quê para fazer a revolução, ó camaradas?
Que o povo se levante, é? E depois, vão à frente ou atrás do povo?

Fartinha de conversa de chacha e sem inspiração divina para os continuar a ouvir.

quarta-feira, março 13, 2013

Perguntar não ofende. E que ofendesse!


Hoje só me apetece fazer perguntas. 
Por exemplo:
 
- Quantas pauladas nos dará hoje o Gaspar?
- E a gente vai continuar a levar na cabeça?
- Isaltino Morais ainda apresentará o 45º recurso em tribunal?
-E o Macário Correia alguma vez sairá da Câmara?
- O Tribunal Constitucional responderá antes de irmos para a praia em Agosto?
- Cavaco estará incontinente e por isso não sai de casa?
- PCP e Bloco alguma vez mudarão os seus estereótipos reactivos ao PS?
- Haverá Papa ainda hoje? Estou que nem posso!
- Esta minha vontade de andar à chapada ainda durará muitos dias?



quarta-feira, fevereiro 20, 2013

"Ser autarca não é cadastro", diz ele




Pela voz do deputado António Filipe, o PCP defendeu, no parlamento, aquilo que lhe convém – a renovação ad eternum de mandatos autárquicos.

O discurso é legalista e está bem esgalhado, é cheio de seriedade e capaz de nos fazer adormecer num instante.

António Filipe diz que ser autarca não é cadastro.
Eu, por acaso, também acho que ser autarca não é profissão.

Mas quem sou eu para achar seja o que for quando bato de frente com a superioridade moral e interpretativa dos comunistas?!

segunda-feira, janeiro 23, 2012

Vacas sagradas, não tenho

Os meus amigos comunistas que me desculpem mas, para mim, o PCP não é, como é para eles, uma vaca sagrada.
Aliás, não tenho vacas sagradas, porque não sou crente nem indiana.
Dou-lhes, porém, todo o direito de não gostarem daquilo que escrevo e penso, esperando que me deem também o direito de continuar a pensar e a escrever livremente.

E o facto é que o PCP deixa-me, frequentemente, como é que hei-de dizer, talvez perplexa ou consternada.

Só para falar dos últimos dias, por exemplo, fiquei, vá lá, perplexa com o envio de votos de pesar ao povo da Coreia do Norte pela morte dum tirano não eleito, que o mata à fome, e que se dizia comunista.
Fiquei também, vá lá, consternada, por logo de seguida ter votado contra um simples voto de pesar pela morte de Vacklav Havel. É que nem uma abstençãozinha, foi logo contra. Deduzo que para o PCP o homem já devia ter morrido há muito tempo, com o raio que o parta.

Também, vá lá, me deixa perplexa e consternada, que o PCP entenda sempre que o que não é de sua iniciativa não presta. No caso recente do pedido de fiscalização sucessiva do OE, o PCP nem sequer teria deputados suficientes para o fazer sozinho, pelo que, demarcando-se da iniciativa a pretexto de minudências textuais, acabou por, objetivamente, facilitar a passeata triunfal do governo no seu ataque a tudo o que mexe e trabalha.

Duvido que seja isso que os eleitores do PCP pretendem quando nele votam. É que, para o povaréu votante que sofre na pele as bacoradas dos políticos, são mais as coisas que nos unem do que aquelas que nos separam.

Estou tão farta de ouvir as esquerdas a gritar “a minha via é melhor que a tua” como de ouvir os crentes a dizer “o meu Deus é melhor que o teu”.
Se calha é por isso que continuo sem via e sem fé.
Mas cá me aguento. Parece que há mais vida para além das vias. E da fé.
E da fé nas vias. E das vias de fé.

Nota: imagem de uma escultura (múltiplo) do escultor Jorge Vieira.

sexta-feira, janeiro 20, 2012

A resposta é sempre NÃO

A CGTP bateu com a porta, bem cedo, nas reuniões da Concertação Social.

Eu gostava que ela tivesse ficado mais um pouco e que tivesse perguntado aos patrões o que davam aos trabalhadores em troca do tanto que lhes vão tirar. Concertação deve ser um “toma lá, dá cá”, não?

Depois, podia bater com a porta e vir dizer-nos o que eles tinham respondido. Eu gostava.

O PCP não quis juntar-se aos deputados do PS e do BE para pedir a fiscalização sucessiva do OE por “discordância fundamental” em relação a “alguns dos fundamentos” apresentados no documento. E acrescenta que “O corte é inconstitucional seja feito a todos os trabalhadores, seja feito apenas aos do sector público”. (Público)

Já sabíamos, mas isso é motivo para recusar liminarmente uma ação unitária?

O povo de esquerda que me desculpe mas, neste caso, purismo em excesso tem o mesmo efeito do colaboracionismo. E desmoraliza muito.