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quinta-feira, setembro 15, 2011

Beijinhos

Na revista Única do Expresso de 10 de Setembro, Nuno Markl publica uma crónica tão divertida quanto certeira e crítica, sobre as senhoras que dão apenas um beijo e nos deixam de cabeça ridiculamente esticada à espera do segundo.
Não sei quando é que as “tias” fizeram o congresso em que declararam guerra à possidonice dos dois beijos e adoptaram o beijo único como traço distintivo da sua subclasse. Mas já lá vão uns anos desde que tivemos de começar a pensar, antes de beijarocar, se aquela é das que nos vai deixar de cara à banda, ou não.
Muito me espanta, porém, que homens como o Nuno Markl ainda não tenham tirado essa pedra do seu caminho voltando a usar o velho aperto de mão.
Pessoalmente tenho saudades dele; era uma espécie dum (muito subjectivo) cartão-de-visita dos homens que me apresentavam.
As mãos são muito variadas – grandes, pequenas, gordas, ossudas, secas, húmidas, ásperas, macias, e com elas se opera um aperto de mão vigoroso, mole ou assim-assim.
Essas mãos e respectivo cumprimento davam-me uma ideia muito mais definida da pessoa que tinha na minha frente que todo o resto do seu aspecto físico (vestimenta incluída).
Mas, foi-se. Já não há disso. Cada homem que acabo de conhecer espeta-me imediatamente dois amistosos beijos como se fossemos amigos de longa data, e eu, confesso, na maior parte das vezes não tenho capacidade de antecipação para forçar o antiquado aperto de mão.
Fico com os beijos, e pronto. Há ainda os mais jovens, que também dão um só beijinho porque foram ensinados assim de pequeninos, e esses eu até desculpo.
Só não desculpo mesmo quando, logo depois do singelo ósculo, me começam a tratar por “tia”.
Aí, Deus me valha, que eu fico absolutamente possidónia e piursa.