No primeiro
grupo inserem-se Fernando Ulrich e Belmiro de Azevedo; sempre que lhes põem um
microfone à frente não resistem a produzir o discurso do palhaço rico com o
qual as televisões providenciam tempo de antena de baixo custo, e as redes
sociais conseguem uma semana de ofendida cavaqueira.
Acontece,
porém, que são discursos sentidos, e as araras acreditam no que dizem.
No outro
grupo, o das doninhas, estão os que sabem a música toda mas preferem o silêncio,
continuando a fazer os seus negócios, claros ou escuros, sempre que possível
longe das luzes da ribalta; são, por exemplo, Ricardo Salgado e Américo Amorim.
Quando araras
e doninhas, com a cultura que lhes é própria, viram elite económica e
financeira dum país, fácil se torna perceber por que nele a finança estoira e a
economia não medra.