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23 de abril de 2013

Mais uma boca da alemã


“Merkel diz que países do euro devem estar preparados para ceder soberania”

Público


Não sei de que é que ela estava falando, nem percebo a agitação provocada por mais uma boca da alemã, mas isso também pouco me interessa, porque para esse “peditório”, o de ceder soberania, nós já demos tudo.

Não temos nenhuma, estamos de calças na mão; ela, se quer cedências de soberania, agora vai ter de procurar noutra colónia.

A mim, o que me pode interessar é exactamente o contrário − reaver alguma soberania, porque me sinto num clube de ricos onde não posso jantar.
Entrego o cartão de sócia com a maior das boas vontades, e volto para a lusa tasca onde ao menos posso escolher entre jantar pipis, caracóis ou jaquinzinhos.

E a alemã que continue a jantar soberanias, a ver se eu me importo com a prisão de ventre dela. Pfff.

Nota: na imagem ali de cima, retirada do Público, aparecia a Merkel, mas cortei-a porque me desfeava o blogue.

30 de janeiro de 2012

“Proposta Indecente” -2 (sequela europeia)

Desde sábado de manhãzinha, quando ouvi a notícia - Segundo o "Financial Times", a Alemanha quer que a Grécia abdique da soberania sobre as decisões orçamentais, transferindo-a para um 'comissário do Orçamento' da Zona Euro. Esta seria uma condição para que Atenas receba um segundo resgate (aqui), os meus cinco sentidos perderam a tramontana

Primeiro achei que não estava a ouvir bem, depois comecei a deitar chispas pelos olhos e fumo pelo nariz, depois a escoicinhar com os membros que a natureza me deu, e a espumar pela boca e, finalmente, a usar linguagem de carroceiro.

Lembrei-me do filme dos anos 1990 “Proposta Indecente”. Nele, um casal em apuros financeiros recebe uma proposta, por parte dum milionário, para passar uma noite com a mulher a troco de um milhão de dólares. O bom do Robert Redford só queria ir para a cama com a Demi Moore umas horas, mas ousar propor tal negócio só porque os outros estavam falidos já era uma proposta indecente.

Como eramos cândidos e puritanos nos anos noventa.

Neste “filme”, a Alemanha é o prestamista que pretende instalar-se em casa do devedor grego para controlar toda a vida doméstica, do quarto á sala, passando pela cozinha, casa de banho e visitando o quarto da empregada, se não mesmo o da patroa. De caminho, se as coisas não correrem a seu gosto, vai levando as pratas - herança da avó, o cordão de ouro da tia Constantina e algumas notas de euro ou dólar que por lá encontre escondidas numa gaveta.

Entendo que, se o prestamista não quer emprestar, está no seu direito; não pode é dizer – empresto na condição de me meter na tua cama.

Esta é uma proposta dum senhor medieval que não é só indecente; é também obscena, prepotente, e, sim ouso dizê-lo, protofascista.