Em menos de 130 páginas o autor aborda, em “Vieram como andorinhas”, a vida duma família americana no pós-1ª Guerra Mundial e no momento da pandemia de gripe espanhola que matou milhões de pessoas em todo o mundo.
Uma mãe, um pai, dois filhos rapazes e um ou outro elemento colateral da família. A história conta-se dando a vez a cada um dos filhos e ao pai.
Bunny, o filho mais novo é tão sensível e tem uma tão forte
ligação à mãe que nos lembra Proust. Robert, o mais velho mas ainda um
pré-adolescente, sofreu um acidente e tem uma perna de pau. O pai, James, é um
pai à maneira da época – poucas falas, um tanto temido pelos filhos, nada de
exprimir afetos.
Relacionamo-nos sobretudo com os filhos e, quando ouvimos
Bunny achamos Robert arrogante e agressivo; quando ouvimos Robert achamos Bunny
mimado e manipulador.
Quando a mãe, epicentro quase mudo da narrativa, morre,
encontramos James confrontado consigo mesmo.
O que acontece quando o elemento aglutinador da família e
dos seus afetos desaparece?É a pergunta que fica no ar com o equilíbrio perfeito da simplicidade.
De mestre.
Sextante Editora, 2011