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30 de maio de 2013

Uma verdade elementar

Quem anda por aqui, perto de mim, gosta de me gozar dizendo que eu tenho um ódio de estimação por Jorge Sampaio.        
Não é verdade.

É certo que ele foi uma das pessoas que mais me desiludiu em política, e também continuo a achar que muitos dos males que vivemos hoje têm origem em decisões suas. Porém, isso não é nenhum ódio, muito menos de estimação. Foi apenas um desacordo político, embora dos grandes.

Desde que saiu da presidência, Sampaio remeteu-se ao silêncio sobre o país.
Até agora, quando, logo após o Conselho de Estado, deu uma entrevista a Maria Flor Pedroso na Antena 1 da RDP.

Nessa entrevista falou acertadamente, com base num pensamento político sólido, como lhe é próprio, mas sem proferir, sequer, uma frase susceptível de ser largamente citada ou tomada como bandeira.

O mais importante dessa entrevista, quanto a mim, foi o não-dito.

Creio que, com este seu reaparecimento, Jorge Sampaio tentou, in extremis, que os portugueses não esquecessem uma verdade elementar − a Presidência da República é um importante órgão de soberania que pode, e deve, ser ocupado e exercido com dignidade.