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segunda-feira, abril 22, 2013

Contra os artistas intelectuais, viva a Joana e mais o Zé Luís

Na sua crónica no Ípsilon de 19 de Abril 2013, António Guerreiro pergunta no título, e a propósito de José Luís Peixoto, O que é um escritor?

Não há link para este texto, mas a blogger Joana Lopes deu-se ao trabalho de o transcrever aqui e vale a pena ler.

Tudo o que o autor escreve sobre José Luís Peixoto, entendo eu que é    aplicável à escultora Joana Vasconcelos.

Resumindo algumas ideias expostas por António Guerreiro, pode dizer-se que dantes o reconhecimento do escritor (ou artista) fazia-se dentro da instituição literária (ou artística), isto é, o critério primeiro da consagração era o reconhecimento do escritor (ou artista) pelos seus pares.

Hoje, pelo contrário, a consagração destes artistas “faz-se na rua, na esfera pública mediática”, e “o monopólio da autoridade para dizer quem é escritor (ou artista, acrescento eu) e quem não é, já não está do lado daquilo a que se chamou instituição literária, com as suas diversas instâncias; está do lado de quem vende…”

Apesar de entender esta assinalável alteração de paradigma, pessoalmente acredito que para a história das artes ficarão apenas aqueles que forem “reconhecidos pelos seus pares”, e que o mercado (que, para funcionar bem, precisa de contar e anunciar quantas camionetas de gente o senhor Covões consegue levar a Queluz para ver a exposição de Joana Vasconcelos, ou quantas revistas Visão se vão vender enquanto o Peixoto estraçalha os Lusíadas) é apenas isso – o mercado, que nada tem que ver com literatura ou arte.

É nisso que acredito, mas também entendo as mudanças e o ar do tempo.

Só não entendo por que razão algumas pessoas se encarniçam tanto a adjectivar de cagança intelectual, ressabiados, “bem pensantes”, invejosos, ciumentos, elitistas, presunçosos, vaidosos, manientos da superioridade do gosto etc., aqueles que se limitam a achar que lá por o grande público amar apaixonadamente Peixotos e Vasconcelos − direito que obviamente lhe assiste, ora essa − o que eles fazem não deixa de ser uma merda.

Que será que tanto incomoda essas pessoas?