A expressão
não é original, mas o plágio é deliberado. Quando Josef Skvorecky escreveu o
livro República das Putas, havia na então Checoslováquia o sentimento dum país
traído, entregue ou vendido a uma ideologia questionável, por uma classe
dominante corrupta e por políticos que eram de facto putas, metafórica e
literalmente. No caso de Portugal não houve tanques a entrar pelo país e a
ideologia a que fomos vendidos será outra, supostamente oposta. Mas de resto a
história é tal e qual, especialmente no que diz respeito à qualidade e
moralidade dos políticos.
Ocorrem-me
algumas notícias recentes que provam como vivemos, digamos, num sítio mal
frequentado, só para não repetir palavras que a minha mãe não gosta que eu use.
1 -
Novo director do departamento de supervisão da CMVM criou, para o BCP de Jardim
Gonçalves, cinco off-shores nas ilhas
Caimão.
Como
não quero levar com uma queixa-crime como aconteceu com a Associação
Transparência e Integridade, vou dizer que concordo porque o homem deve ser
muito competente, fez muito bem o que lhe mandaram e nunca foi arguido.Viva a CMVM.
2 - Lobo Xavier vai liderar a Comissão para a reforma do IRC. Pode parecer que se vai meter a raposa no galinheiro, mas Lobo Xavier é alto quadro da Sonae e é muito competente. Faz o que lhe mandam (ou pagam) e até vai à televisão.
Viva a Sonae.
Este homem disse do PS o que Mafoma não disse do toucinho, mas pronto, é supercarismático (!), experiente e competente. Dará um magnífico presidente de câmara porque a mulher de Seguro é sua colega na ANF.
Viva o Seguro.
4 - A presidente da Câmara de Palmela, eleita pelo PCP, vai reformar-se aos 47 anos.
Tem direito, sim senhor, e político não tira direito a político, só a quem o elege.
Viva "a superioridade moral dos comunistas".
República
das putas, isto?
Não,
o Magueijo exagera; antes diria − república com muitas putas mas muitíssimos
mais tansos.
Bolas,
até me esqueci que a minha mãe não gosta que eu use este palavreado.