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sexta-feira, abril 13, 2012

Regresso à fisga

O léxico governamental português é pobrezinho. Resume-se, de facto, a três verbos – proibir, taxar, cortar.

O verbo proibir foi na 4ª feira conjugado, mais uma vez, na Assembleia da República, desta feita pelo Dr. Macedo que, depois de, há uns anos, muito usar o verbo taxar nas finanças, passou a usar os verbos proibir e cortar na saúde.

Este homem é o paradigma.
Decidiu o Macedo que vai proibir o fumo dentro de carros particulares que levem crianças; bom, eu há muito tempo que não tinha um ataque de riso tão convulsivo.

Estou a imaginar o polícia a abeirar-se do carro e dizer – cheira-me aqui a esturro, o senhor esteve a fumar com a criança no carro, eu senhor guarda, nada disso, pela sua saudinha, eu nem fumo.

Se o ridículo matasse, o ministro tinha saído da AR levado pelo INEM (se ele chegasse a tempo, claro), mas a fúria proibicionista é de tal ordem que nem deixa margem para pensar.
Uma campanha publicitária, tendo em vista quem ainda fuma no carro com crianças lá dentro, seria bem-vinda. Mas, qual o quê, eles gostam é de proibir e pronto.

Depois disto, fico à espera que me proíbam de fumar na minha própria casa. É só já o que falta.

Nessa altura, quando a ressuscitada polícia de costumes, alertada pelo pivete ou por denúncia de vizinho malvado, me bater à porta, não a receberei de caçadeira porque tenho horror a armas, mas uma boa fisga de caçar pardais vou ter na mão, de certeza. (Para a ter sempre à mão vou passar a usá-la no pé, como se vê na imagem).

E só espero ainda ter pontaria para lhe acertar nas nalgas.
Assim mesmo, bem à alentejana.


segunda-feira, setembro 12, 2011

O pecado mora em todo o lado

Como se sabe, a descoberta da pílula anticoncepcional foi um importante contributo para a independência das mulheres. O seu uso generalizou-se mas, em Portugal, há demasiadas mulheres demasiado pobres para a poderem comprar sem comparticipação.
A direitíssima que temos no poder em Portugal, munida de tesoura de poda, bisturi, serrote, machado e instrumentos cortantes afins, colou uma venda nos olhos e desatou a cortar na gordura do Estado.
A pílula anticoncepcional passou a ser gordura da saúde e vai daí, corta-se, ou seja, quem a quiser que a pague por inteiro. Para a direitíssima religiosa portuguesa, usá-la até será um pecado e todo o pecado deve ser castigado, como se sabe.
O pecado mora em todo o lado, como se sabe também, e por isso vão acontecer duas coisas: quem tiver dinheiro para a comprar, compra, quem não tiver, aborta.
Logo de seguida a direitíssima portuguesa gritará aqui d’el rei que o número de abortos está a aumentar e isso não é bom; por um lado, a santa madre igreja desaprova, e por outro isto está a sair muito caro ao SNS.
Será então a hora de cortar essa gordura e vermos Paulo Macedo a dizer – não há cá mais abortos grátis. Por fim irá à missa, comungará e dormirá na paz dos justos, com a certeza do dever cumprido como católico e ministro deste baldio estéril e abandonado por Deus.

sexta-feira, junho 17, 2011

Se não fosse Pitta...

No seu blogue Da Literatura, e num post intitulado Habituem-se, Eduardo Pitta apresenta o resultado final da contagem dos votos: 132 de direita e 98 de esquerda. Termina dizendo Agradecer a Francisco Louçã e Mário Nogueira. (sublinhado meu)
Eu pensava que era para agradecer ao Sócrates e, vá lá, também àquelas do rating, mas parece que percebi tudo mal, e quem deu a vitória à direita foi o malvado do Louçã e o sindicalista Nogueira. Os portugueses também não foram para aí chamados.
Estamos sempre a aprender com os nossos intelectuais.
Valha-nos isso, já que o Paulo Macedo está de volta e desta vez para nos tratar da saúde
Cada vez que me lembro dos milhões de cartas que ele mandou aos contribuintes quando estava à frente da Direcção Geral de Impostos, admito seriamente que agora, em tempo de poupança, vá tratar da saúde dos doentes por email.