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quarta-feira, abril 09, 2014

Quer factura com número de contribuinte?









 
 
 
 
 
 
Hoje em dia, nem que eu compre só um parafuso e uma porca, sempre me perguntam se quero factura com número de contribuinte.

A cena é tão caricata quanto absurda, mas ilustra suficientemente os nossos dias para que não nos esqueçamos, nem por uma comprinha, que temos um governo que inventou, só para nós, a economia da tômbola (temos pena, mas não chega para ser de casino).

A invenção é simples: a gente pede todas as facturas, policiamo-nos uns aos outros, e o governo sorteia um carro para nós como dantes faziam os Inválidos do Comércio ou os Bombeiros de Santa Comba quando precisavam de fundos.

Indignidade é a palavra que me ocorre.
A grande indignidade na forma de governar.

A boa notícia é que o inverso, ou seja, a dignidade, ainda vive por cá e encontrou respaldo nas palavras de Alexandra Lucas Coelho aquando da aceitação do prémio da Associação Portuguesa de Escritores.

Vale a pena ler um discurso que vai directo ao assunto, é frontal nas críticas e manda às malvas o respeitinho salazarento.

"O meu país não é deste Presidente nem deste Governo", disse, e parece que o Secretário de Estado da Cultura não gostou. Tanto pior para ele.

Não creio que o premiado romance − E a Noite Roda − mereça o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (aliás, nisso, estou muito bem acompanhada pela própria autora) mas, só para ler o seu desassombrado discurso até perdoo os estranhos equívocos da APE.

sexta-feira, fevereiro 15, 2013

Sem ofensa para a sua mãezinha

Em menos de dois anos, deixei muito claro neste blogue (aqui, aqui, aqui, aqui, aqui) a minha alergia, quer à personalidade, quer à actuação pública de Francisco José Viegas.

Não vou repetir argumentos, mas o muito comentado post do seu blogue A Origem das Espécies, só vem reforçar a minha convicção de que este “artista” pertence a uma espécie pouco evoluída que gosta de morder a mão do dono.

Escreve o Viegas, dirigindo-se ao seu ex-colega Secretário de Estado Paulo Núncio que, se algum fiscal lhe pedir que mostre a factura, (e passo a citar), “das despesas realizadas, lhe responderei que, com pena minha pela evidente má criação, terei de lhe pedir para ir tomar no cu, ou, em alternativa, que peça a minha detenção por desobediência.”

De alguém com um mínimo de carácter, espera-se decoro e recato face às decisões de um governo de onde se acabou de sair, e, nesses casos, o silêncio é sempre elegante.

Ora, FJV mostra que não sabe o que é decoro, nem elegância, nem recato.

Ao pronunciar-se num vernáculo populista e engraçadinho faz-me temer que as suas incursões na (baixa) política ainda não tenham terminado, e, ao mesmo tempo, reforça a minha ideia de que a política portuguesa está cada vez mais cheia de oportunistas e filhos da puta − sem ofensa para a sua mãezinha, claro está, Francisco José Viegas.