Deve
dizer-se, em abono da verdade, que os nossos ricos nunca foram exibicionistas,
sempre deixaram isso para os novos-ricos.
Para eles, a
riqueza é sua por desígnio divino, é coisa que não se discute nem há
necessidade de exibir.
Há muitos,
muitos anos, quase no tempo em que os animais falavam, apanharam uns sustos,
mas tudo isso passou, graças a Deus, e a vida voltou a ser como sempre foi e
deve ser – segura, mansa e discreta.
E assim
continua, podendo até dizer-se que está cada vez mais segura.
Poucas vezes
os nossos ricos aparecem, mas esta semana deram um ar de sua graça na Revista
do Expresso.
Instalados
nas suas casas muito simples da Comporta, o que lhes apraz dizer é que estar lá,
nessas casinhas, com a natureza em estado puro, “é como brincar aos pobrezinhos”, nas palavras de Cristina Espírito
Santo, que Deus a proteja.
Não é uma
ternura? Eu adorei.
Nota: a
imagem aqui reproduzida acompanha a reportagem do Expresso e mostra as delícias dum champanhe no areal. Também posso
brincar, Cristina?