
Ser rico e famoso e “pescar” para adopção um negrinho aqui,
um asiático acolá, levanta-me muitas interrogações. Será a compaixão e o
espírito de bem-fazer que os move, ou será uma inovadora forma de marketing? Ou apenas um desejo consumista como qualquer
outro?
O que os move? A bondade, ou o ego insuflado que tudo quer e
tudo pode?
De uma coisa tenho a certeza − exibir assim uma enorme prole
multiétnica rende.
Não duvido que estas crianças estão melhor com eles do que
num orfanato. Já quanto à capacidade de lhes dar o muito que uma criança
precisa para além de comida, instrução e cuidados de saúde, tenho cá as minhas
dúvidas.
A verdade é que não acredito que este casal, com a vida que escolheu
ter, possa dispensar a seis ou sete crianças a atenção e educação de que elas
precisam para crescerem mental e afectivamente equilibradas.
Digo-o eu que só criei duas.
Olho e acho que eles não têm filhos, têm um infantário; mas
se é um infantário, então bem podiam ter vinte e assim “salvar” mais uns
quantas crianças de todas as raças e credos.
Talvez eu esteja enganada. Talvez o super-homem e a
supermulher, afinal, existam, e tenham encarnado no Pitt e na Jolie.
Muito gostava eu de olhar para imagens destas e ficar
simplesmente embevecida; por que tenho que sentir desconforto?