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quinta-feira, janeiro 30, 2014

A velhice é lixada (com f…)















 
 
 
 
Quando acabei de ler este artigo de Mário Soares no Diário de Notícias fiquei, assim, como dizer… envergonhada.
Nunca fui socialista e, muito menos, soarista, mas, caramba, Soares foi Primeiro-ministro e Presidente da República; não é pai da democracia, longe disso, mas é uma das suas referências.

Fica-se triste quando é tão evidente o declínio dum homem. E ainda mais quando a direita trauliteira está com as garras de fora.

O citado artigo, todo ele construído numa escrita demasiado pobre, quase infantil, não é mais que uma amálgama de lugares-comuns, vacuidades, slogans mal alinhavados, populismo básico, falta de pensamento político e até de incompreensíveis “esquecimentos”.

Dizer que o governo está paralisado é mera escrita automática, e escrever que no tempo de Salazar, na província, as crianças andavam descalças mas não passavam fome só se pode deixar passar se acreditarmos que o velhinho está senil; e eu acredito.

Assim sendo, tenho pena que ninguém “tome conta dele”, e o impeça de continuar a escrever estas pobres e patetas redacções, servidas gratuitamente a quem lhe guarda rancor há quarenta anos.

Suspeito que família e amigos talvez tentem, mas também suspeito que a soberba de Mário Soares só a tumba a levará.

Mesmo assim, não gosto de assistir à queda dum homem.
De nenhum homem.
A velhice é f*#%&@!

sexta-feira, novembro 22, 2013

Beijos fardados e “às armas” à civil










 
 
 
 
 
 
 
 
Já hoje vi escrito que ainda um dia me vão perguntar onde é que eu estava na noite de 21 de Novembro 2013, dada a importância da data.

Peço licença para discordar da importância e responderei, na eventualidade pouco provável de a pergunta vir a ser feita, que estava em casa a ver televisão. E o que viram os meus olhos?

Uma coreografia policial de pouca qualidade.

Eles subiram, confraternizaram com beijos, abraços e apertos de mão, desceram, e foram jantar que já se fazia tarde.

Foi giro, e eu até fiquei ali um bocado diante da televisão a ver se, afinal, era a bófia que ia rebentar com aquilo tudo, mas qual quê?

Estavam combinados, são todos amigos e gente de paz. Só não sei com que argumentos irão dar na cabeça dos próximos que quiserem subir as escadas.

Também vi, claro, Mário Soares a gritar “às armas” na sua peculiar forma de cantar o hino, e nele vi ainda um idoso, bastante idoso, com muita raiva e cheio de ódio ao outro homem que agora ocupa o lugar que já foi seu – a Presidência da República.

A sala estava cheia de gente duma faixa etária que a coloca mais p’ra lá do que p’ra cá, e que não tenho a certeza que tenha percebido o quanto o mundo mudou, e com ele as pessoas, evidentemente, as suas opções e as suas formas de participação cívica.

De qualquer forma, aquilo deve ter sido um serão tão agradável como inócuo; a prova disso está na ausência de chamadas de capa para a notícia em todos os jornais do dia (apenas o DN o faz).

Devo estar a ficar demasiado céptica, quando não cínica, porque os acontecimentos de 21 de Novembro, aos meus olhos, nada mais foram do que risíveis, e amanhã já ninguém se lembra.

 
Nota: a imagem foi roubada ao João Tunes no Facebook

quinta-feira, abril 18, 2013

Pode ser-se intelectual e parolo? Pode!

Dantes, os portugueses tinham imenso medo dos juízos morais dos vizinhos.

Agora, que ninguém conhece os vizinhos, passámos a ter imenso medo dos juízos dos de “lá fora”.

É muito triste ver esse medo a vergar a espinha daqueles que deviam ser exemplo de espírito independente: os intelectuais.

Atentemos no que escreveu Vasco Graça Moura a propósito de declarações (infelizes) de Mário Soares e choremos, irmãos.

“Em plena democracia, um ex-presidente da República de Portugal não pode dizer coisas dessas. Já se imaginou como isso turvará o seu prestígio dentro e fora do país? E tratando-se de quem se trata, como nos atinge a todos? Não faltará quem se pergunte por essa Europa fora (e, claro, entre as instituições mandantes da troika e dos credores), que raio de democracia é a portuguesa, cujo primeiro ex-presidente socialista profere tais enormidades?”

Submissão e parolice de meter dó.
Infelizmente não é o único intelectual que ainda por aí com o nariz quase a bater no chão. .


segunda-feira, abril 30, 2012

Cronistas irritados

A decisão de Mário Soares e da Associação 25 de Abril de não participarem nas comemorações oficiais do dia 25 de Abril irritou profundamente comentaristas, cronistas e afins. Afinal, não foi só Ricardo Costa, foram quase todos.

Henrique Monteiro, no Expresso de 28/04/2012, lamenta que Vasco Lourenço tenha dito que “os eleitos já não representam o povo”. Bom, eu também acho que não é bem isso, mas todos conhecemos o jeito que Vasco Lourenço tem para se comportar com elefante em loja de porcelana. Os eleitos representam sempre o povo que os elegeu, podem é, uma vez eleitos, governar contra ele. É o que está a acontecer e era o que deveria ter sido dito, mas a Associação tem o direito de tomar as posições que entender.

Henrique Monteiro diz também que Sampaio esteve presente porque, esse sim, sabe distinguir “o essencial do acessório”.
Não tenho tanta certeza disso.

Ainda hoje acho, contra tudo e contra todos, que ele é o primeiro responsável pela situação em que nos encontramos.

Ao dar posse a Santana Lopes em 2004, seguindo as ordens de Barroso, fez o país cair nos braços de Sócrates no ano seguinte. Tudo poderia ter sido diferente (ou não, quem sabe?) mas esta decisão de Sampaio tem um peso enorme na história recente do país, e parece estar completamente esquecida. Sim, também Sampaio, aí, traiu a confiança de quem nele votou, dando agora ares de virgem impoluta. Na política portuguesa não há disso.

Quanto a Mário Soares, já aqui disse que “não dá ponto sem nó”. Depois de ter andado com Passos ao colo, infletiu o caminho e quis dar um recado qualquer. Qual? A quem? A resposta pode não ser, para já, óbvia, mas, mais cedo ou mais tarde perceberemos, porque Soares pode estar velho, mas parvo é que ele não está.
Azar o de comentaristas, cronistas e afins.


sexta-feira, abril 27, 2012

E Ricardo Costa analisou

Este vídeo do Expresso online, em que Ricardo Costa analisa a decisão de Mário Soares de não estar presente na AR para a cerimonio do 25 de Abril, pode ser visto como um vídeo humorístico.

Com ar sério e muito compenetrado de director de jornal, o “jovem” Ricardo analisa o caso como se Mário Soares estivesse no activo, pronto para disputar o poder. Considera que era sua obrigação estar presente que “ é um dos erros mais graves da sua carreira”; termina dizendo que “é um erro grave de que Mário Soares se vai, rapidamente, arrepender”.
Já estou mesmo a ver o nosso velho Mário todo arrependidinho.

O Ricardo deve estar a precisar de férias, ou então, ainda que mal pergunte:

Será que Ricardo Costa ainda não percebeu que Mário Soares, pelo seu passado e pela sua idade, conquistou o direito de fazer e dizer tudo o que bem lhe apetecer, sem cálculos eleitorais futuros e sem preocupações de saber se parece bem ou mal?

Será que Ricardo Costa ainda não percebeu que Mário Soares sabe mais de política a dormir uma soneca no sofá do que ele numa semana de vigília?

Será que ainda não percebeu que Mário Soares nunca se arrepende de “miudezas” destas (ou doutras)?

Será que Ricardo Costa ainda não percebeu que Mário Soares “ não dá ponto sem nó”?

Apesar do ar sério de Ricardo Costa, a acentuar a gravidade do acontecimento, quem não conseguiu ficar séria, fui eu: é que, vê-lo a dar um raspanete a Mário Soares, e a avisá-lo de que se vai arrepender, pareceu-me um sketch nonsense.

segunda-feira, março 07, 2011

Comentadores

Já hoje aqui escrevi sobre as confusões de Mário Soares. Acontece que, no telejornal da SIC, Miguel Sousa Tavares comentou o mesmo assunto nos mesmos termos. Voltei a achar que eu é que estava enganada, voltei a ler tudo e voltei ao princípio. Os nossos comentadores estão preguiçosos e não lêem os documentos, ou tentam a desinformação?
Vou pela primeira hipótese. Hoje, Miguel Sousa Tavares até falou na necessidade de o Conselho de Segurança da ONU convencer A UNIÃO SOVIÉTICA a não vetar qualquer coisa. Uma pessoa pasma! Mas isso não deixou de existir há mais de 20 anos?
Ficamos com a ideia que, também eles, só pensam em ganhar uns trocos e despachar o serviço.