Poucos anos depois de eu nascer, a Europa do pós-guerra
acordou um dia com a construção de um muro em Berlim.
O mundo ocidental chamou-lhe “Muro da Vergonha”.
Com ele cresci e vivi até 1989, data em que o muro foi
derrubado pelos povos de leste e todos, no leste e no oeste, achámos que
iríamos viver tempos de paz, liberdade e prosperidade.
Não foi o que aconteceu, como muito bem sabemos hoje, mas a
minha mais recente perplexidade resulta da tomada de conhecimento da construção
de novos muros: a Hungria constrói um muro de 175 quilómetro de comprimento por
quatro de altura, ao longo da sua fronteira com a Sérvia, para impedir a
entrada de clandestinos, e a Bulgária constrói uma cerca ao longo de toda a
linha fronteiriça com a Turquia, junto à cidade búlgara de Lesovo, para impedir
a entrada de refugiados. O primeiro trecho, com cerca de 32 quilómetros, ficou
concluído em Setembro.” (aqui e aqui)
Afinal, na Europa, e segundo percebo:
a) os muros só são da vergonha se construídos por comunistas;
c) os muros, para estes povos tantos anos subjugados por um, até são, afinal, uma forma expedita de resolver problemas, desde que consigam ficar do lado certo do betão