Na semana passada, circulava no FacebooK a verdadeira caça
ao polícia, o tal que andou pelo Chiado à bastonada. Critiquei a atitude aqui. Segundo notícia de ontem, o MAI decidiu abrir um processo
disciplinar ao referido agente da PSP, e é assim que deve ser.
Agora, a propósito da vinda ao Coliseu do repelente rapper Sizzla, que incita o público a
matar homossexuais, pergunta-se se alguém sabe quem é o dono do Coliseu.
Há na pergunta uma velada ameaça, como quem diz – “vamos-te
fazer a cama, porque contratas um tipo execrável, de quem não gostamos”.
Se, na política, há evidentes sinais de deterioração da
democracia, na sociedade civil não há menos.
Acho normal um movimento de repúdio pela contratação de tal
personagem, e também acho normal que declaremos alto e bom som que, para nós,
alguns visitantes não são bem-vindos.
Porém, já não acho nada normal, ao contrário, acho preocupante,
que se fulanizem assim ideias políticas e causas. E isto está a ficar demasiado
frequente.
Tenho o direito de dizer que, para mim, Sizzla não é
bem-vindo, e que não gosto mesmo nada dum empresário voraz que o contrata mas,
é tudo; aí acabam os meus direitos.
Pode argumentar-se que tudo não passa de brincadeira ou
leviandade de espíritos “revolucionários”, mas continuo a achar que, mesmo
nesse caso, são coisas que passam pela cabeça das pessoas, são sinais, e de muito mau gosto.