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sexta-feira, dezembro 06, 2013

Animais e cavalgaduras











 
Pertenço ao grupo dos que acham que, por mais profunda que seja a crise, e por mais negro que seja o tempo que vivemos, não devemos desistir de dar uma boa gargalhada, de gozar o sol numa esplanada, de estar com os amigos, de gritar golo, de saborear um pastel de Belém, nem de tantos outros pequenos nadas de que se faz a vida.

Da mesma maneira, no campo legislativo, nem só do Orçamento de Estado vive o Parlamento.

Porém, ó meus amigos, estes parlamentares ofendem-me com a sua escandalosa falta de sentido de oportunidade.
Li ontem que, depois da Cristas querer decidir quantos cães e gatos cada português poderia ter, vem agora o PS, que mais aprece um espectro, coitado, a querer legislar sobre o castigo que os portugueses merecem se maltratarem animais.

Para ambos os casos o país tem legislação, que tem servido, desde os anos de 1990, mas parece que, agora que isto está calmo e o país está sem problemas, os partidos “do arco da Governação” decidiram apurar legislativamente as questões do reino animal quantificando tudo.

Por acaso também li a notícia do lado, que também quantificava, e que dizia que um em cada quatro portugueses está em risco de pobreza − 25%, ou seja, 2700000 (dois milhões e setecentos mil).

Nada era referido sobre legislação a apresentar para resolver este problema ou punir quem maltrata as pessoas.
Pensava que não, mas há dias em que estas cavalgaduras ainda me conseguem indignar.

terça-feira, outubro 15, 2013

Vivam as pessoas


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sempre houve pessoas que se acharam inteligentes e originais por afirmarem que preferem os animais às pessoas.
Lá por as frases do tipo “quanto mais conheço as pessoas mais gosto do meu cachorro” terem origem em pessoas inteligentes, isso não melhora automaticamente o Q.I. dos génios do copy/paste ideológico.
 
Porém, desde que mergulhámos nesta enorme crise, e com a ajuda potenciadora das redes sociais, coisas do género leem-se a cada passo.
A mim, fazem-me logo tocar campainhas no cérebro.
 
Entendo, sempre entendi, os animais como nossos companheiros de “casa”; com eles partilhamos um planeta que a todos acolhe e, provavelmente, uns não teriam sentido sem os outros, ou tudo isto seria muito diferente.
 
É também certo que muitos animais de estimação conseguem elevadíssimos, e até comovedores, graus de relacionamento afectivo com os seus donos.
 
Dou, também, de barato, que muitos deles poderão mesmo ser o mais fiel amigo, mas nunca o melhor amigo.
Esse, o melhor amigo, é o que dá resposta, contrapõe, mima, mas também se enfurece e diz o que não queremos ouvir.
O animal de estimação lambe-nos as mãos, mesmo que sujas; não critica, não incita, não vocifera, não nos abraça.
 
Dizer que se prefere os animais às pessoas parece-me desde logo uma insuportável arrogância moral, um inequívoco sinal do sentimento de superioridade em relação aos outros.
Desconfio disso, desconfio sempre.
 
De uma coisa tenho a certeza − nunca deixarei de preferir os humanos, mesmo que alguns, de entre eles, sejam verdadeiras bestas.