Já aqui tinha feito um breve comentário às esculturas de Rui Chafes que estão no jardim da Fundação Gulbenkian, e não estava entusiasmada.
Agora, fui
ver a exposição no interior do CAM.
Aquela
enorme nave central, ainda por cima cheia de ruído arquitectónico, não facilita
o trabalho de nenhum artista.
Nela, Rui
Chafes dispôs as suas peças como pôde, sem recorrer a qualquer divisória do
espaço, apostando em que cada uma delas falasse e valesse por si.
Como sempre,
de tudo o que vemos, gostamos de modo desigual.
Há peças que
nos encantam outras que nos assustam, umas que traríamos para casa de boa
vontade e outras que nos desconfortam mas, creio, não há lugar para a
indiferença do visitante.
Muito física e
perturbadora, mas no bom sentido, esta é uma exposição que, afinal, gostei de ver.
Nota 1: imagem
Gulbenkian
Nota 2:
igualmente perturbador foi verificar que uma iniciativa dos serviços educativos
da Gulbenkian que estava a decorrer tinha a participação de cerca de uma dúzia
de crianças, mas todas raparigas. Não me contive e falei nisso a uma animadora
do grupo. Disse-me que foi um acaso, porque geralmente a distribuição
meninos/meninas é mais equitativa.
E eu saí mais
animada. Ou menos perturbada.