Olho António Costa e vejo um homem feliz, o que não espanta, porque ele é mesmo um homem de sorte.
Imagine-se que ele(s) não tinha acabado com a geringonça; como iria distanciar-se dos tiros no pé dados todos os dias pelo PCP no que se refere à guerra da Ucrânia?
Imagine-se que, por milagre, a Marcelo lhe tinha dado para ser um homem ponderado em vez de um espalha-brasas e criador de factos políticos, e antes de marcar eleições tinha tentado outras soluções que resultassem. Imagine-se que os portugueses não tinham culpado a esquerda pelo desentendimento e não tinham muito medinho do Chega.
Se os deuses não tivessem trabalhado neste sentido, não teríamos agora um Costa com maioria absoluta, uma esquerda quieta a lamber as feridas, e um Marcelo em perda, a quem mais não resta que fazer birras em público.
Posto isto, nem o euromilhões lhe fugiu, visto que chegou em forma de verbas para concretizar o PRR.
Cereja em cima do bolo ( que pode ser o de noiva): o casamento António/Fernanda parece estar a viver uma nova lua de mel - é que não se largam, quase pior que Maria e Aníbal.
Interrogo-me se a senhora não se cansará de tantas andanças pela mão do António. Não se deve cansar, pois também ela parece satisfeita no desempenho do papel de Constança - como recordava outro António, o Vitorino, "não há festa nem dança onde não vá dona Constança".
Assim é Fernanda, que podia ser Constança.
Mas a felicidade é uma coisa bonita de se ver e o "amor em tempo de cólera" amolece o coração mais empedernido.