No degrau da porta ao lado da escola profissional está
sentado um adolescente, isolado dos outros, com os braços cruzados sobre os
joelhos e a cabeça escondida sobre eles.
Pergunto-me: estará com dor de cabeça, com sono, com
problemas domésticos, mal de amores, a ressacar qualquer coisa, caiu-lhe mal o
almoço? Ou terá FOME?
Há não muito tempo, e desde há muitos anos, tal hipótese
nunca se me poria, pelo menos ali, onde o presenciei.
Mas ontem, literalmente, estoirou-me na cabeça com um misto
de espanto, pânico, possibilidade e repulsa.
Não estava preparada para isto, e julgo que nunca estarei.
Porque não posso, e também não quero.
Nota: imagem roubada ao blogue
Delito de Opinião
É complicado lidar com um agente que de um modo geral pensávamos estar eliminado por estes lados. Agora debaixo da pessoa mais arranjada (sobras de quando se tinha empregos) esconde-se muitas vezes um estômago vazio.
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