A campanha de recolha de alimentos do Banco Alimentar contra a Fome foi, apesar da enorme crise, mais uma vez um sucesso.
É certo que o Banco e as suas campanhas fazem apelo ao que de melhor há em nós, portugueses – a solidariedade generosa com os que estão em aflições aqui ou em qualquer parte do mundo.
Podemos não dar bom-dia ao vizinho, infernizar a vida do colega, roubar o lugar de estacionamento a quem chegou primeiro, não apanhar do chão o que um mais velho deixou cair, abandonar a velha mãe no hospital durante a Páscoa e o gato nas férias de verão, mas lá que somos solidários com os que não conhecemos mas sabemos que estão em apuros, ah! lá isso somos.
Claro está que o Banco é uma organização exemplar que, ao longo dos anos, ganhou a simpatia e confiança dos portugueses. A maneira como presta contas regularmente aos seus doadores é até estranha em Portugal, e isso leva-nos a confiar na seriedade da organização.
Tem mão da Igreja, é certo, mas o que a Igreja faz bem feito…faz bem feito.
A figura discreta, quase de missionária, de Isabel Jonet, escondeu durante anos aquilo que agora o país inteiro já sabe – que é uma mulher inteligente, determinada, imaginativa, organizadora, séria e com enorme capacidade para dirigir com alto grau de profissionalismo aquilo que já é uma grande organização; tão grande que é capaz de alimentar 329 000 pessoas, não directamente, mas através de 2047 instituições.
É pena que não lhe dê para a política. Gostava de a ver sentada a discutir o orçamento de Estado; não por ser mulher, nem por eu achar que gerir um país é o mesmo que gerir uma casa, longe disso, é por me parecer que ela sabe o sentido exacto da palavra equidade.
Agora mais do que nunca, por mim, trocava um Pedro por uma Isabel.
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