Chegou ontem, finalmente, a esperada notícia – o fado foi classificado como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
Uff, que alívio, aquilo nunca mais se despachava.
Uff, que alívio, aquilo nunca mais se despachava.
Não sendo apreciadora de fado, reconheço que oiço com agrado a voz poderosa, limpa e bem modulada de Amália quando, por acaso, subo a Rua do Carmo numa manhã clara e calma de verão. Há ali qualquer coisa que me vem de longe e a que não sou alheia.
Contudo, fado vadio, fado canalha, era outra coisa, pertença do povo antigo que já não tem lugar à mesa do Portugal modernaço. Agora é limpinho, cheirosinho e “beto”.
No dia 25 de Novembro (6ª feira passada), comemorou-se o 25º aniversário da classificação do Centro Histórico de Évora como Património da Humanidade.
Fruto do entusiasmo, visão estratégica, capacidade política e empenho do presidente, vereação e técnicos que ao tempo dirigiam a autarquia, foi possível conseguir essa classificação, reconhecimento bem raro nos idos de 80 em Portugal.
O mais extraordinário é que a candidatura quase não teve custos, visto que tudo foi feito com a “prata da casa”, ou seja, os técnicos da autarquia; ainda não tinham chegado os nossos tempos de novo-riquismo em que tudo se encomenda fora, como quando não apetece ou não se sabe cozinhar (e nem se quer aprender) e se come sempre fora; caso esteja a chover, manda-se vir.
Dá que pensar o que farão hoje tantos técnicos dentro das câmaras, se tudo o que é estudo, projecto ou parecer se encomenda no exterior.
É por isso que, há 25 anos, a classificação do Centro Histórico Évora custou quase nada (pouco mais que a deslocação à cidade de duas delegações do ICOMOS), e a classificação do fado custou 1,5 milhões de euros.Mudam-se os tempos…
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