Tenho lido,
nos últimos dias, excelentes textos contra as praxes.
A maioria
dos seus autores, porém, manifesta-se contra a sua proibição, quer por serem naturalmente
contra as proibições e entenderem que elas estimulam o apetite pela coisa
proibida, quer por acharem que também é responsabilidade do aluno praxado dizer
“não”.
Tudo verdade,
democrático e aplicável, quando as coisas ainda não saíram fora do controlo, e
se quisermos fingir que ignoramos quão devastador é o ostracismo na vida dum
jovem estudante.
Não sendo
simpatizante das proibições, e nem as admitindo para as questões da vida privada,
parecem-me, contudo, frequentemente necessárias na vida pública; mais −
parece-me que elas nos têm ajudado a evoluir civilizacionalmente.
Só para
falar da contemporaneidade, vale a pena lembrar que, se a aplicação de penas
severas por conduzir com excesso de álcool no sangue não estivesse na lei, se
calhar ainda hoje estaríamos a pedir a última bebida “para o caminho”; se a lei
não tivesse criminalizado a violência doméstica, o mais certo era estarmos
ainda a encolher os ombros e a dizer - “entre marido e mulher, não metas a
colher”.
Nenhum dos
argumentos aduzidos me fez recuar na ideia que aqui deixei de que só a força proibicionista da lei pode parar esta agressão consentida.
Grandes
males, grandes remédios!
Temos pena,
mas é assim.
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