Num dos
debates de Antónios, ouvi o Costa António dizer que a reforma das freguesias só
correu bem em Lisboa, e porque a Câmara resolveu nela participar.
Territorialmente,
pode até ter corrido bem, não sei, mas na reorganização dos serviços, como a
limpeza do espaço público atribuída às freguesias, está à vista que correu
pessimamente.
Num momento
em que Lisboa pode receber, num só dia, sete barcos de cruzeiro, e ganhar um
milhão de euros pelos serviços fornecidos aos “marujos”, nem assim alguém se
mobiliza para lhe providenciar cuidados básicos de higiene.
Pelas ruas e
avenidas voam sacos de plásticos e folhas de jornal, rolam garrafas de cerveja
e latas de refrigerante; as folhas das árvores tapam as entradas de esgotos, os
caixotes do lixo transbordam e tresandam, e as poias dos cães, a cada passo,
são um insulto ao munícipe pagador de taxas.
Há meses que
não vejo um varredor.
A incúria, a
desmoralização, a badalhoquice, a falta de brio, o desmazelo, o feio,
invadem-nos e agridem-nos os sentidos.
Correu mal,
senhor Presidente, é óbvio que correu mal.
Só não
percebo por que são sempre precisos anos para corrigir os erros.
Imagem daqui
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