Abata-se
Eu sei que
depois do grande desastre futebolístico de ontem já ninguém se lembra do que
aconteceu anteontem.
Mas eu
lembro-me, que não sou criatura de me esquecer do que me lixa assim do pé para
a mão.Falo daquele
ajuntamento lá no Mercado da Ribeira à volta do António Costa.
Seiscentos
intelectuais? Gente da cultura? Ora, deixem-me rir. O país não tem nem 60 intelectuais,
quanto mais 600! Gente da cultura? Então aquele Montez que, para além de ser
genro da Cavaco ainda tem uma empresa de fazer festivais de música com um nome
piroso é da cultura? E o Nicolau Breyner que, além de ter sido do CDS, não pára
quieto nos seus encostos partidários e tem uma empresa de fazer telenovelas, se
calhar de nome piroso, mas isso não sei, é da cultura?
Uma pinoia!
Intelectual e culta sou eu, e não fui convidada.
Mas mesmo
que fosse, não ia! Apoiar o Costa? Ora, ora, mais valia que mandasse varrer a
minha rua que anda uma javardice.E aquilo foi
kitsch, kitsch, kitsch, que eu bem vi as fotografias.
Além disso,
o gajo nem sequer é de esquerda. De esquerda sou eu.
Ele não mora
na Beloura? Ou será em Sintra? Ou em Alvalade? Bom, não sei onde é, mas isso
pouco importa, porque o que eu quero mesmo é dizer que ele não tem nenhuma
ideia de cidade (saudades do Abecassis, caramba!), que é um elitista, um
arrivista que já se atreve a dizer que a cultura merece um ministério.
Li no
Expresso, num artigo que adorei (e o Balsemão também) da autoria da Rosa
Pedroso Lima, que o homem “ainda não tem programa mas já tem lei orgânica”. É
assim mesmo, ó Rosinha, dá-lhe forte, acabem lá com a porcaria da boa imprensa
que lhe deram enquanto ele esteve parqueado na Câmara. Agora é para abater!
Eu e os meus
já iniciámos o assassinato de personalidade e vamos continuar, até porque
ninguém me tira da cabeça que por ali anda o fantasma do Sócrates.
Quem é que
eles pensam que são? E como é que a entourage
deste homem teve o topete de fazer um encontro com gente da cultura e não me
convidar?!
O aviso é
sério − estou em luta, e quem quiser que me siga.
De agora em
diante, o meu lema é − Abata-se o Costa, p@$$&!!!
Nota: porque
nunca tem mal avisar, este texto é, ou pretende ser, uma ironia.
Mesmo sem o aviso, dá para perceber a presença da tão querida figura de estilo. Mas fazes bem em notar, considerando a boçal linearidade de quem por aí anda a ofender-se, de empreitada.
ResponderEliminarPor mim, bem podias aligeirar na ironia, já que me parece excessivamente terceiromundista o desprezo a que votamos, de forma sistemática, essa ferramenta tão eficiente do "abate". Enfim, tiques civilizacionais.
Escrevia o O'Neill, com uma lucidez que poucos ousam, que «há costas, na rua, que pedem facadas». Ousemos, pois.
O seguro morreu de velho, zep :)
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