Quem passou
pela baixa lisboeta no fim de semana anterior ao Natal encontrou, nas ruas, uma
multidão maior do que na maioria parte das manifestações.
Oiço agora
que os hotéis na Serra da Estrela estão esgotados para o final do ano.Concluo que, uma grossa fatia da classe média urbana não empobreceu.
Ainda bem. Não defendo o empobrecimento.
Devido à
greve, as ruas de Lisboa estão cheias de lixo do que se comeu, do que se bebeu,
do que se comprou e do que se ofereceu.
Não foi
assim tão pouco, pelo que vejo.Ainda bem, dado que não defendo o empobrecimento.
Os
cantoneiros da Câmara de Lisboa fazem greve durante cinco dias, seguida de
outros tantos com greve às horas extraordinárias.
Devem ganhar
muito bem, para aguentarem tantos dias de greve.Como não defendo o empobrecimento, volto a dizer, ainda bem para eles.
O pessoal
anti-Costa (António) aproveita para nele malhar, culpando-o da estrumeira em
que vivemos, mas nunca diz o que acha que ele devia fazer – ignorar a lei da
greve e contratar substitutos, ou ceder à exigência dos cantoneiros que recusam
a restruturação do serviço.
Pessoalmente,
parece-me que ele está fazendo tudo bem, exactamente porque defendo a
democracia e as suas leis – uns fazem greve, e os outros respeitam-na.
Pelo seu
lado, a tal classe média que comeu, bebeu, comprou e ofereceu, não está
disposta a guardar lixo no apartamento durante 10 dias, e larga-o na rua.
Cada um trata
de si, como de costume. So what?
Olho à volta
e decido, por uma vez, pensar como Pangloss: “as coisas não podem ser de outra
forma” ou “tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis”.
E assim
pretendo terminar o ano.
E acaba o ano com muita sabedoria...
ResponderEliminarPois o melhor dos possíveis 2014s!