O meu post de ontem, em que lamentava a “machesa”
duma comissão de honra para as autárquicas, não era contra ninguém nem a favor
de alguém. Era apenas uma constatação de quão pouco a política partidária mudou
em Portugal em 40 anos.
Digo-o sem
medo de errar. Também eu já fui berloque há muitos, muitos anos.
Quanto ao post anterior (Nem lá vou) apesar do
tom ligeiro, exprime o que realmente penso. Quem não sabe o que quer, quem não
tem ideia do que será melhor para si e para a sua comunidade, quem assume com gosto
e até com ares de superioridade que não percebe nada de política (mas
acrescenta logo de seguida que” são todos iguais”) não deve, no meu entender, votar.
O direito de
voto, tão duramente conquistado, é demasiado exigente, e por isso não se coaduna
com a postura blasé que tantos
portugueses exibem, e acham verdadeiramente cool,
quando se fala de política.
Se não sabe
nem quer saber, então não vá, não estrague. Deixe isso para quem tem convicções
(de direita ou esquerda, tanto faz) e quer, de facto, decidir sobre o futuro,
convicto de que está a fazer a melhor escolha (às vezes apenas a menos má).
Voto em
Évora, onde a mudança me parece inadiável, e domingo lá vou. Vou, vamos de novo
a votos. Para mim, é sempre dia de festa.
À noite, bem…”à
noite logo se vê”, como diria o Mário Zambujal.
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