O jornal Expresso continua apostado em meter-me em
casa coisas que eu não quero, talvez por não saber que a minha aposta, ao
contrário, passou a ser a de tirar de casa tudo o que não quero, viver apenas
com as coisas de que gosto e um mínimo de coisas neutras mas imprescindíveis
Com a iniciativa
Eça Agora, que se integra na
comemoração dos seus 40 anos, decidiu o jornal oferecer-me, primeiro, Os Mais, de Eça de Queirós, em três fascículos,
e depois o prolongamento do mesmo até 1973 pela lente da imaginação de alguns
autores-amigos do Expresso; por fim,
no lugar do posfácio, vai oferecer-me uma “Introdução à Leitura d’Os Maias”.
Eu não entendo
o raciocínio por trás desta iniciativa, porque me parece que a grande massa de
leitores do Expresso, por gosto ou por obrigação escolar, já leu Os Maias, estará agora numa altura da
vida em que pouco lhe interessa a tal Introdução à Leitura e talvez não tenha
grande paciência para os chamados Novos
Maias, congeminados pelos tais escritores-amigos que aceitam encomendas
(ah, a vida está difícil, todos sabemos).
Nada disto
me chatearia se eu fosse capaz de pôr livros no lixo.
Não sou, mas
finalmente decidi o que fazer com as prendinhas do Expresso – serão largadas num banco da praça, da avenida, ou do
jardim.
Quem sabe,
não nasce assim um BookCrossing cá
no meu sítio.
Isso sim,
teria a sua piada, e redimiria um pouco o jornal que, para ajudar os seus, me
enche de papel que não quero e não pedi.
Nota: a
imagem usada é parte da imagem promocional da iniciativa do Expresso
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