Esta gentinha está quase a conseguir que eu passe a detestar algumas palavras − compromisso, salvação, emergência, por exemplo.
E, no
entanto, até há pouco, achava-as todas belas, adequadas, e ricas de sentido.
Compromisso tem uma sonoridade doce e amável.
Salvação sempre me apareceu associada a algo
de grandioso, próximo, até, do heroísmo.
Emergência logo me punha um pinonim na cabeça,
uma luzinha a andar à roda e a certeza de não haver tempo a perder - um, dois,
três, ou vive ou morre.
O espaço
mediático, hoje em dia, está permanentemente ocupado por seres, talvez vivos,
quem sabe, que chamam Compromisso ao pensamento único, Salvação à morte certa
sem honra nem glória, e admitem que uma Emergência pode ser por tempo
indeterminado (por aqui, já vai em dois anos).
São eles que,
às vezes, já me fazem detestar aquilo de que tanto gosto – palavras.
Nota: ontem houve palhaços, mas foi mais uma actuação sem brilho.
Nota: ontem houve palhaços, mas foi mais uma actuação sem brilho.
Imagem daqui
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