E o grupo
não muda porque as pessoas individualmente não mudam.
As condições
de vida podem variar um pouco, mas a circunstância em que nascemos e crescemos
nos nossos primeiros anos fica-nos para sempre colada à pele.
Pode-se
crescer e mudar emocional e intelectualmente, mas a essência de cada um
permanece.
Assim, tensões,
cumplicidades, dissimulações, e, o mais espantoso, a luta de classes, continuam,
sem que os elementos do grupo disso se apercebam (a maioria nunca se apercebeu,
aliás).
Contudo, o
que era divertido e normal aos 15 anos pode ser deplorável aos 60.
Passados 50
anos, olhar um grupo que a juventude juntou aleatoriamente é o mesmo que olhar
um país inteiro, que, vivendo um momento particularmente difícil da sua
história, se divide entre os que fazem de conta que nada se passa, assobiam
para o lado e alimentam a portuguesíssima saudade, e uns quantos que esperneiam
querendo agitar uma paz podre que, se umas vezes é de cemitério, outras é de jardim-de-infância
à hora da sesta.
Vencem os
primeiros, por serem largamente maioritários.
Sei que tudo
isto existe, acho triste, só não sei se é fado.
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