Verifico,
porém, que, de entre estes últimos, alguns se afadigam a encontrar argumentos,
às vezes até históricos, para dar bordoada na greve.
Outros mostram-se
pragmáticos, e ficam-se pela esmerada demonstração da inutilidade da mesma.
Julgam também, e talvez
tomando-se como padrão, que ninguém já tem convicções e falam em mainstream político, bem-pensantes e
mais o blá blá do costume.
Esta última gentinha é a mesma que
prega também a inutilidade das manifestações e ataca os sindicatos.
Sendo todas elas formas de
protesto pacíficas e organizadas, não chego a perceber se as criaturas são a
favor das bombas e revoluções ou se apenas de deleitam com a placidez dos
rebanhos a caminho do abate.
Ou talvez se achem membros do restrito
grupo dos que têm o terceiro olho e vêem mais do que os outros todos, embora
não partilhem as suas visões com a arraia miúda.
Está-me a parecer que são seres ainda
vivos, mas já incapazes, sequer, dum grito de alma que diga : BASTA.
E também não o toleram nos
outros.
Eu, putativa bem-pensante, politicamente
correta e de esquerda, ainda cheguei a tempo de dizer: SOU PELA GREVE, GRAÇAS A
DEUS.
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