Partiste sem aviso e sem tempo para despedidas.
Foi como se,
de repente, tirassem uma perna à nossa velha mesa, aquela onde nos sentávamos e
em que, desde cedo, nos falaste de política − ditadura e democracia, justiça e
injustiça, igualdade e desigualdade, e onde também contaste de livros, valores,
heróis, e outras grandezas.
Com essa tua
saída apressada perdeste uma infinidade de coisas boas, e também algumas más.
Diria que
merecias tê-las visto todas, mas não me parece que merecimento deva entrar
nesta equação.
Hoje, 19 de
Março 2013, acredita que não tenho a menor vontade de te falar das coisas
desagradáveis que por aqui vão acontecendo.
Não trago
pedras no bolso, não as quero.
Dentro do
envelope apenas meia dúzia de palavras descuidadas, próprias de vidas simples e
tempos normais:
“Allô pai,
bom dia!
Acho que o
teu Benfica é bem capaz de ganhar o campeonato este ano.Beijos.”
Acho que ele havia de gostar desse envelope...
ResponderEliminarBeijo
Rute