Lida a notícia, percebi que dormir com porcos deve ser uma
tendência da moda e que a bela Marcela gosta e gostou.
Quando eu tinha direito de opção, falava-se em homens com
cheiro a cavalo, mas mesmo isso nunca me atraiu – já aí eu me revelava uma
pequena-burguesa sem imaginação, mas só agora, quando aprecio o desvelo
linguístico usado pela madame para
caracterizar o porco Dominique Strauss-Kahn, começo a realizar o que
provavelmente terei perdido.
Diz ela: "O homem é horroroso, o porco é
maravilhoso, mesmo se é porco (...) é um artista dos esgotos, um poeta da
abjeção e da sujidade".
Olhei a foto de Strauss-Kahn e admiti a hipótese de estar a
olhar, sei lá, um novo Celine, também ele um porco abjecto mas sublime
escritor.
"O ideal do porco é o bacanal: ninguém é excluído da
festa, nem os velhos, nem os feios, nem os pequenos (...) este comunismo sexual
ao qual ele aspira como porco alegra-me".
Diz a bela.
Que ternura. E que bem dito. Só não entendo o que será o
comunismo sexual do DSK; ele não é socialista? Estará com desvios de esquerda?
Tudo o que a bela afirma leva-me a concluir que, bom mesmo,
e sofisticado, é dormir com o porco, mas eu continuo a achar que o melhor do
porco é o presunto, partido na hora, bem fininho, e comido com uma fatia de pão
alentejano.
Perplexa, sim, com a minha pequenez de vistas, e também de
estômago.
"O ideal do porco é o bacanal: ninguém é excluído da festa, nem os velhos, nem os feios, nem os pequenos (...) este comunismo sexual ao qual ele aspira como porco alegra-me". Diz a bela.
ResponderEliminarQue ternura. E que bem dito.
Eu lá sou capaz de comentar quando se sai com uma bela ironia que me faz rir às lágrimas?:))
beijinhos
Nina, a senhora disse tudo. Nós só podemos aplaudir :)))
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