Por mim, fui totalmente apanhada pelo carisma de Obama, e
podia ficar horas a olhar para o homem na televisão.
Após a euforia da eleição, percebi quão difícil seria para aquela
criatura satisfazer as expectativas de tanta e tão diversa gente.Com os pés no chão, comecei a desejar apenas que ele não nos desiludisse muito.
Obama é homem do sistema, e a política é arte do possível, logo, não haveria espaço para transformações profundas.
Quando foi eleito, já tinha começado a crise do subprime, mas estávamos longe de saber
como ela iria ser exportada para a Europa, e como iria mexer dramaticamente com
as nossas vidas.
Chegados aqui, virados para dentro, lambendo as feridas,
pouca atenção temos dispensado à eleição de amanhã, mas ela continua a ser
importante também para nós.
Não sei em que proporção, internamente, Obama se saiu bem ou
mal, mas sei que, cá fora, o ar continua mais respirável e menos ameaçador.
Romney tem-se apresentado como um homem de negócios de
sucesso e um bom gestor. Acontece que, transportar a gestão para a política
quase sempre dá mau resultado; a política, ainda mais numa potência, precisa de
muito mais que gestores, precisa dos que são políticos até ao tutano.“Voto” Obama.
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