Os acontecimentos verdadeiramente fundadores da nossa
identidade chegam como chegavam antigamente as tempestades tropicais.
Vinham não se sabia donde, nem porquê, derrubavam árvores
velhas, levantavam telhas, derramavam toneladas de água.
Quando partiam, era preciso reconstruir, mas nada seria,
nunca mais, exactamente igual.
Hoje, as tempestades têm nomes de homem ou mulher, lançam-se
alertas, trancam-se as portas, amarram-se os barcos.
Os corpos podem defender-se delas, mas continua a não haver
alertas para os espíritos.
E ainda bem. Poderíamos perder verdadeiros "momentos de
glória".
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