segunda-feira, maio 07, 2012

O Pedro, o Henrique e a escrita deles

Este post tem como real objectivo chamar a atenção para o excelente editorial de Pedro Santos Gurreiro publicado no Jornal de Negócios na semana passada.
É jornalismo de primeira, e eu gosto. Se faço este aviso é porque, no fim, pode já não se perceber isso muito bem, as conversas são como as cerejas e tal.

Acontece que eu também tenho uma costela masoquista, e assumo que todas as semanas leio gente que, sei-o antecipadamente, me vai deixar mal disposta.

É o caso de Henrique Raposo, rapaz endiabrado, cheio de “graça” e certezas.
As suas crónicas provam à saciedade que não é preciso ter berço para alinhar na direita parva; quando o assunto recai sobre a sua humilde família de origem, todo ele é doçura e ternura e sei lá, quase me comovo; quando fala do país oferece-nos uma taça de cinismo a boiar em graçola arrapazada.

Esta semana, escrevendo sobre o mesmo assunto que Pedro Santos Gurreiro, atira-se, mas a brincar, é sempre a brincar, a quem se indignou com a história Pingo Doce.
Esquerda caviar, diz, (como agora a direita gosta de dizer), que acharia normal uma fila para comprar um brinquedo da Apple, mas no fundo não suporta o povinho que só quer consumir barato.

Povinho esperto, o nosso. Os caviar, que por aqui também andam, é que são do piorio. Se, ao menos, o Raposo soubesse argumentar! Mas a única coisa que ele sabe é usar uma prosa chocarreira que deve achar de grande qualidade.

A minha costela masoquista, porém, não desgruda. Todas as semanas o leio e todas as semanas, quando acabo, só me apetece dizer-lhe:
Ó Henrique, vai-te catar.
E para a semana há mais.


3 comentários:

  1. Quando o li pela segunda vez reparei que sou uma pessoa distraída. Desde esse dia nunca mais comprei o Expresso. Há para aí uns dois anos (ou mais).

    ResponderEliminar
  2. Está visto que o Vitor não tem uma costela masoquista :)

    ResponderEliminar
  3. Eu consigo desistir de ler os que me irritam!

    ResponderEliminar