- Sim
- Sempre?
-Não, só às vezes.
- Então quando?
- Bom, por exemplo, num piquenique, em viagem, na praia, quando duvidamos da lavagem dos copos, num passeio a pé, num concerto rock, etc.
- E se for no restaurante do Centro de Arte Moderam da Gulbenkian?
- Bom, aí seria um caso de alguém que devia trocar a cerveja pelo chá.
Tive este diálogo imaginário com o meu imaginário neto quando vi um conhecido deputado da nação fazer exactamente isso – beber a cerveja pela garrafa no restaurante do CAM, na 5ªfeira da semana passada, dia feriado.
Eu sei que o homem é amigo do proletariado que bebe sempre pela garrafa lá na tasca ao pé de casa mas, caramba, está no parlamento desde que acabou a escola primária, faz leis, opina, nunca se ri, fala com a boquinha pequena, é homem de grandes responsabilidades e ainda não aprendeu os gestos mínimos de civilidade à mesa?
Pode-se argumentar que as pessoas são livres? Pode, e eu também sou livre de achar que “ter maneiras” nunca fez mal a ninguém, ainda mais se se é figura pública e deputado da nação.
Isto faz de mim uma bruxa elitista e reaccionária?
Então, é isso mesmo que eu sou.
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