Fomos aprendendo que prometem mas não cumprem, conhecendo os tiques de cada um, discernindo as meias-verdades do discurso, as personalidades e carateres.
José Sócrates, porém, ultrapassa tudo e todos os que conheci, e pelas piores razões.
Já ouvimos tanta coisa e o seu contrário ao longo de 6 anos de governo que, eu pessoalmente, já não acredito em nada.
Fartou-se de dizer, uma vez, duas vezes, três vezes – estas são as medidas necessárias e suficientes para ultrapassarmos a crise, para, passado um mês ou dois, vir acrescentar mais medidas às medidas garantindo sempre o “agora é que é”.
Chegámos ao momento Pedro e o Lobo, ou seja, o lobo vem lá e ninguém acredita no Pedro.
Alguém pode acreditar que não foi negociar as novas medidas com a Frau Merkel?
Alguém acredita que está pronto para (ou pode ainda) negociá-las com a oposição?
Alguém acredita que não haverá mais PEC (cujo número já perdi?)
O nosso primeiro-ministro tem mentido tanto que eu já não acredito nunca no que ouço e isso deixa-me tão insegura, mas tão insegura, que começo a achar que o nosso sistema democrático está, ele próprio, inseguro, porque está nas mãos dum mentiroso compulsivo que, às vezes, até parece acreditar nas suas próprias mentiras.
Talvez tenha sido ingénua até agora mas, achar que um primeiro-ministro mente de cada vez que ele abre a boca, juro que nunca me tinha acontecido nos últimos 36 anos.
Isso faz mal à saúde, ao país e à vida democrática.
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