Maria João Rodrigues, ex-ministra de António Guterres e conselheira económica da União Europeia, parece ter o perfil de quem não pode ser anti-Alemanha, e por isso as suas palavras são insuspeitas.
No dia 21 de Fevereiro deu uma entrevista ao Público, da qual retiro um excerto para se perceber melhor o que a Alemanha quer e não quer com o pacto de competitividade que propõe.
“ O pacto, tal como está a ser proposto pela Alemanha, pode gerar uma dinâmica de desequilíbrios na Europa. se se continuar a insistir que só temos que convergir em matéria de défice, dívida e custos unitários de produção, vamos ter uma Europa com países a crescerem 3 por cento e outros em recessão.
(…)
Do mesmo modo que se pede um esforço aos países que têm um défice externo, tem de se pedir aos que têm superavit que expandam a sua procura, de modo a absorver a oferta daqueles países. Não faz sentido pedir à Alemanha que seja menos competitiva. Mas faz sentido pedir-lhe que consuma mais e aumente mais os salários.
No pacto, a Alemanha propõe ainda um reconhecimento das qualificações para promover a mobilidade. Estou a favor desse ponto, mas é preciso reconhecer que ele tem um risco. Tal como está desenhado, este pacto vai induzir riscos de recessão e desemprego em alguns países. Ora, esse reconhecimento das qualificações visa criar a possibilidade de os desempregados portugueses irem para onde há oferta de emprego. Levado ao extremo, isso pode traduzir-se numa fuga de cérebros de regiões em recessão em direção à Alemanha”.
Ou seja, Frau Merkel quer que a gente se dane, quer continuar a sua política de Tio Patinhas e ainda quer levar os nossos engenheiros, arquitectos e informáticos cuja formação nós pagámos.
Eu gosto muito desta senhora, tanto... que gostava que ela se dedicasse à jardinagem!
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