Quando
acabei de ler este artigo de Mário Soares no Diário de Notícias fiquei, assim, como
dizer… envergonhada.
Nunca fui
socialista e, muito menos, soarista, mas, caramba, Soares foi Primeiro-ministro
e Presidente da República; não é pai da democracia, longe disso, mas é uma das
suas referências.
Fica-se
triste quando é tão evidente o declínio dum homem. E ainda mais quando a
direita trauliteira está com as garras de fora.
O citado
artigo, todo ele construído numa escrita demasiado pobre, quase infantil, não é
mais que uma amálgama de lugares-comuns, vacuidades, slogans mal alinhavados,
populismo básico, falta de pensamento político e até de incompreensíveis
“esquecimentos”.
Dizer que o
governo está paralisado é mera escrita automática, e escrever que no tempo de
Salazar, na província, as crianças andavam descalças mas não passavam fome só
se pode deixar passar se acreditarmos que o velhinho está senil; e eu acredito.
Assim sendo,
tenho pena que ninguém “tome conta dele”, e o impeça de continuar a escrever
estas pobres e patetas redacções, servidas gratuitamente a quem lhe guarda
rancor há quarenta anos.
Suspeito que
família e amigos talvez tentem, mas também suspeito que a soberba de Mário
Soares só a tumba a levará.
Mesmo assim,
não gosto de assistir à queda dum homem.
De nenhum
homem.A velhice é f*#%&@!
Ele sempre foi assim um bocadinho cabontino...a velhice acentuou...ainda assim parece-me que devemos deixá-lo escrever porque um homem é também a sua velhice.
ResponderEliminar~CC~
Devia ser verdade, CC, mas aprece-me que não é - nestes tempos, os homens não têm direito à sua velhice e ficam muito expostos aos lobos.
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